Islamofobia e fobia à democracia

Francisco Gomes (FG) deputado do Chega afirmou estar em curso a “islamização da sociedade portuguesa, fruto das políticas de imigração erradas que foram implementadas pelos governos de António Costa e que estão a ser continuadas pelo governo do PSD“.

Sendo Portugal uma democracia FG é livre de apregoar falsidades ainda que como deputado devesse ter um mínimo de decoro e rigor nas suas afirmações, baseando-as em factos e em relatórios fidedignos coisa que não fez.

Os imigrantes são à volta de 10% da população portuguesa, 24% são oriundos da UE e os restantes 76% de outras partes do mundo, nomeadamente dos PALOP, sendo a comunidade brasileira a maior com 30% do total dos imigrantes no País.

Dos 1.723 detidos pela PJ em 2023 29% eram estrangeiros incluindo imigrantes, percentagem essa inferior aos 30% de 2022, e embora tenha vindo a crescer o número de imigrantes no País o número de reclusos estrangeiros diminuiu 3,8% na última década.

Os imigrantes contribuem para a Segurança Social que arrecadou com eles em 2022 mais de mil milhões de euros, tendo pago cerca de 257 milhões euros em prestações sociais, o que dá um saldo positivo superior a 700 milhões de euros.

Estes são dados corretos que constam nos relatórios e estatísticas oficiais ao contrário das falsidades propaladas por FG.

Enquanto FG faz acusações falsas contra os imigrantes os neonazis antidemocratas chefiados por Mário Machado não lhe merecem qualquer reparo, outra coisa não seria de esperar bastando recordar as saudações fascistas de André Ventura (AV) nos comícios do Chega.

Os extremistas da direita antidemocrática propalam falsidades contra os imigrantes procurando com isso enganar e assustar as pessoas apelando à sua irracionalidade para ganharem votos e chegar ao poder seguindo a cartilha de Trump para acabar com a democracia e a liberdade que só a mesma permite.

Calcula-se que vivam em Portugal cerca de 50 mil muçulmanos cerca de 0,5% do total da nossa população, pelo que é de todo ridículo falar de “islamização da sociedade portuguesa” e da desvirtuação da nossa cultura e dos nossos costumes.

Com estas declarações FG mostra toda a sua islamofobia e também uma enorme fobia à democracia e à liberdade que ele e os extremistas de direita não hesitarão em destruir se os eleitores que prezam a democracia e a liberdade o permitirem.

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