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Incêndios Madeira

Quercus alerta que "é necessário encarar com seriedade a prevenção dos incêndios rurais e florestais"

Foto Helder Santos/Aspress
Foto Helder Santos/Aspress

O Núcleo Regional da Quercus da Madeira emitiu neste final de tarde um comunicado no qual, além de "manifestar solidariedade para com as pessoas que perderam os seus animais e bens nestes incêndios e que estão a passar por momentos de aflição", deu nota do que entende serem as falhas persistentes na gestão da floresta na Madeira. "A Quercus "insiste, mais uma vez, que é necessário encarar com seriedade a prevenção dos incêndios rurais e florestais", diz a nota assinada pela presidente do Núcleo, Elsa Araújo.

"Que montante do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) foi canalizado pelo governo regional para a prevenção e combate aos fogos rurais e florestais? É forçoso que se adquira ou contratualize pelo menos mais um meio aéreo para a época crítica de fogos e é necessário que sejam criadas faixas de proteção em torno da Laurissilva e de outras áreas sensíveis, como é o caso do Urzal de Altitude", questiona.

Lamentando que "o governo regional, conhecendo a nossa orografia e as condições meteorológicas existentes, não tenha antevisto as dificuldades e tenha recusado, numa primeira fase, o apoio disponibilizado pelo governo da república. O combate ao fogo deve ser o mais rápido possível, sem hesitações. E deixar arder até que o incêndio chegue a área acessível não pode ser uma estratégia. Porque, então, já estará descontrolado. Não aprendemos com situações anteriores!", acusa.

No entender da associação ambientalista "é imperativo que sejam tomadas medidas para travar o êxodo rural, criando incentivos para que as populações não abandonem os campos e cultivem os terrenos. Nos terrenos cultivados os fogos não se propagam tão facilmente, porque não há mato para arder. Os cidadãos devem criar áreas de proteção livres de mato em redor das suas habitações e limpar os seus terrenos, o mesmo se aplicando a diversas entidades (ex. municípios) relativamente a infraestruturas como caminhos municipais, tanques de abastecimento de água e zonas industriais, entre outras", sinaliza.

Assim, a Quercus insiste e apela "a que haja um maior rigor na emissão de licenças para a queima de material pirotécnico nos arraiais e festas religiosas, sobretudo se o estado do tempo for favorável à propagação de incêndios. Pedimos também que seja ponderado o cancelamento da Queima dos Fachos em Machico, prevista para o próximo sábado. Manter as tradições é importante, mas é crucial que as mesmas se ajustem ao tempo que vivemos, que é de alterações climáticas. E temos de aprender a viver com elas, adaptando-nos, ou vamos sofrer pesadas consequências como já está a acontecer", conclui a nota, reforçando esse apelo a esta festa em particular.

Quercus apela à não realização da Queima dos Fachos em Machico

A Quercus Madeira, através da responsável Elsa Araújo, defende que a queima dos Fachos, que se realiza no próximo fim-de-semana, em Machico, deve ser cancelada devido aos incêndios.