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Manifestações de sábado são "marco fundamental" para a oposição

Foram cerca de três centenas que estiveram no sábado na praça do Município.   Fotos DR/Natércia Freitas
Foram cerca de três centenas que estiveram no sábado na praça do Município.   Fotos DR/Natércia Freitas

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, considerou hoje que a manifestação global de sábado, em defesa do considerado triunfo de Edmundo González Urrutia, representou um "marco fundamental" na luta contra o resultado oficial das eleições presidenciais.

"Demonstramos que a Venezuela está unida como nação. (...) Não há distância, nem tempo que nos separarem. Demonstramos que a liberdade da Venezuela é uma causa global", escreveu María Corina Machado, na rede social X.

Considerou que "cidadãos de todo o mundo" assumiram a "transcendência da luta anti-chavismo", depois de terem sido registadas manifestações em mais de 350 cidades dos "cinco continentes", onde os venezuelanos exigiram "respeito pela vitória de González Urrutia, a libertação dos considerados presos políticos e a publicação dos registos eleitorais".

"Cumprimos mais um objetivo da nossa estratégia. Novos passos e novas vitórias estão por vir", disse a líder da oposição venezuelana.

Também no sábado, apoiantes de Nicolás Maduro apelaram para a celebração da vitória e reeleição do Presidente, referindo que foram registadas mais de uma centena de mobilizações a seu favor em todo o mundo em apoio à sua questionada reeleição nas eleições realizadas em 28 de julho.

Decorridos 21 dias desde as eleições presidenciais, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ainda não publicou os resultados, tal como estabelece o regulamento, nem os registos eleitorais, enquanto a maior coligação da oposição divulgou documentos que demonstram a alegada vitória de González Urrutia com 83,5% dos votos.

As atas divulgadas pela oposição foram validadas por vários países e organizações, incluindo o painel de peritos eleitorais da ONU que testemunhou as eleições, e o Carter Center, que também enviou uma missão de supervisão.

No sábado, milhares de venezuelanos saíram às ruas em várias cidades do continente americano para pressionar o Conselho Nacional Eleitoral, que declarou a vitória de Nicolás Maduro nas presidenciais, a divulgar as atas eleitorais de 28 de julho.

As manifestações decorreram do Canadá à Argentina, passando pelo Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, México, Panamá, Paraguai e Peru, num contexto de grande tensão política, com a oposição a denunciar "fraude eleitoral", afirmando que o vencedor do escrutínio foi Edmundo González Urrutia.

As marchas mundiais foram convocadas pela maior aliança de oposição da Venezuela, a Plataforma de Unidade Democrática (PUD), liderada por María Corina Machado, para exigir a verdade sobre a vitória nas eleições presidenciais.

Na véspera desta jornada mundial de protesto, 22 países e um grupo de nações da UE, incluindo Portugal e na Madeira, pediram a "publicação imediata das atas originais" das presidenciais venezuelanas e a verificação "imparcial e independente" dos resultados.