Está a ser dado todo o apoio clínico, psicológico e social às pessoas evacuadas pelos incêndios?
Na sequência dos fogos que lavram desde quarta-feira foram evacuadas dezenas de pessoas das áreas mais afectadas. Serra de Água, Curral das Freiras ou Fajã das Galinhas foram três localidades com maior preocupação das autoridades com responsabilidades na Protecção Civil.
Seguiram-se alguns comunicados, declarações e depois as críticas: “O SESARAM, EPERAM, disponibilizou duas linhas de apoio a todos os utentes da RAM, uma linha de Apoio Psicológico assegurada pelo Serviço de Psicologia do SESARAM, com o número 969320140, e a linha de apoio SRS 24h, assegurada pelo Gabinete de Apoio à Família com o número 800 24 24 20. Encontra-se também disponível a Linha Nacional de Emergência Social - 144”.
"A população tem de se sentir segura porque, por exemplo, esta noite, houve duas zonas das Terra Chã e da Seara Velha que foram evacuadas às 3 da manhã, que estão aqui na igreja e que estão já com todo o apoio clínico, psicológico e social", salientou Pedro Ramos, secretário regional com a tutela da Protecção Civil que a essa hora já era um dos principais visados na gestão do combate aos fogos.
“Para quem? Não era melhor apoio psiquiátrico isto não pode ser como Roma deixar arder e ver os seus concidadãos aflitos”, comentava o leitor Duarte Gomes de forma contundente a notícia que já circulava nas redes sociais.
Para tirar a limpo a dúvida se o apoio estava a ser dado de forma conveniente o DIÁRIO foi ver o que estava no terreno. Esta manhã, passavam pouco das 10 horas, chegamos ao pavilhão gimnodesportivo da Ribeira Brava. Ali pernoitaram 49 pessoas (38 adultos e 11 crianças) e uma pequena cadela. No exterior não havia nenhuma ambulância ou carro de bombeiros ou outro meio visível que identificasse qualquer serviço de apoio clínico, no entanto logo à entrada do espaço duas mulheres.
Uma era médica e outra enfermeira. Faziam parte da equipa do centro de saúde. Havia também pelo menos uma assistente social da Câmara Municipal e ainda duas voluntárias. Lúcia era uma moradora das proximidades que prontificou-se a ajudar.
Minutos após já termos sido identificados que estávamos em reportagem, chegou outra enfermeira e logo depois a presidente da Segurança Social da Madeira e um pouco mais tarde a própria secretária regional dos Assuntos Sociais e minutos volvidos à presença da governante, entrava o vereador. A ronda de visitas terminaria com a chegada do presidente da Câmara Municipal.
Nesse momento já tínhamos a confirmação que as crises de ansiedade, tensão arterial elevadas e as insónias eram as principais queixas dos moradores ainda que não tivesse sido necessário o internamento ou cuidado mai redobrado daqueles que estavam no nível superior.
Ainda falta ouvir aqueles que mais sentiram na pele e tiveram que fugir. Maria Ascensão dava nota positiva. Martinho e Álvaro Gouveia igualmente. A família Abreu idem aspas. O que queriam mesmo era poder regressar a casa.