A melhor escola: uma superação diária
Vivemos num tempo em que as escolas são, muitas vezes, julgadas por rankings, médias e resultados nos exames nacionais. Há uma corrida incessante para que as instituições exibam as notas mais altas, como se o ensino fosse uma espécie de competição desportiva onde apenas os mais rápidos, ou os mais inteligentes, merecem a medalha de ouro. Contudo, será que este é o verdadeiro propósito da educação?
Quando ouvimos a frase “a melhor escola não é aquela que tem notas mais altas ou a da gestão privada; a melhor escola é aquela que faz com que os alunos se superem”, somos convidados a refletir sobre o que realmente faz uma escola ser “melhor”. Serão os números frios num relatório estatístico suficientes para definir o valor de uma instituição de ensino? Ou estará a verdadeira grandeza da escola em algo mais profundo, mais humano e menos quantificável?
A ideia de superação pessoal é central nesta visão de uma escola ideal. Ensinar não se resume a preparar os alunos para testes ou exames, mas a dotá-los de ferramentas para a vida. A melhor escola é aquela que conhece os seus alunos, as suas dificuldades, as suas inseguranças, mas também as suas potencialidades. É aquela que acolhe a diversidade de perfis e ritmos, e onde o erro não é visto como fracasso, mas como um passo necessário no caminho para a aprendizagem.
Superação significa ir além do que se esperava, e essa conquista não acontece apenas no campo académico. Há alunos que se superam ao perder o medo de falar em público, ao lidar com um problema familiar sem abandonar os estudos, ou ao finalmente entenderem um conceito com o qual lutaram durante meses. São esses momentos, silenciosos e pessoais, que muitas vezes não aparecem nos rankings, mas que moldam os futuros cidadãos.
Numa era em que o foco está demasiadas vezes em métricas e indicadores, deveríamos valorizar mais as histórias de superação que acontecem nas salas de aula. Cada aluno que encontra motivação para continuar, mesmo quando o caminho parece difícil, é uma vitória. Cada professor que inspira os seus alunos a irem além do que pensavam ser capazes, está a cumprir a verdadeira missão de educar.
Acredito assim que a melhor escola é aquela que ensina os seus alunos a serem resilientes, a pensar de forma crítica e a encarar a vida com confiança. Porque, no fim, o sucesso não se mede apenas pelo número de respostas certas num teste, mas pela capacidade de cada um enfrentar o mundo e superálo, de alguma forma, todos os dias.
José Augusto de Sousa Martins