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Blinken desloca-se a Israel para apoiar esforços de tréguas em Gaza

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O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, desloca-se a Israel este fim de semana para impulsionar os esforços diplomáticos em curso por um acordo de cessar-fogo em Gaza, anunciou hoje o Departamento de Estado.

Blinken, refere comunicado do Departamento de Estado, vai partir no sábado e procurar "chegar a um acordo para um cessar-fogo [em Gaza] e a libertação de reféns e prisioneiros [israelitas na posse do Hamas] através da proposta de compromisso" apresentada sexta-feira pelos Estados Unidos na mais recente ronda negocial.

Após 48 horas de negociações "construtivas" em Doha, hoje concluídas, as discussões sobre um cessar-fogo e a libertação de reféns em Gaza serão retomadas no Cairo na próxima semana, segundo um comunicado conjunto dos mediadores.

"Esta proposta permitiria alcançar um cessar-fogo em Gaza, garantiria a libertação de todos os reféns, garantiria a distribuição da assistência humanitária por toda a Gaza e criaria as condições para uma mais ampla estabilidade regional", refere a nota do Departamento de Estado.

Na deslocação, adianta, Blinken "sublinhará a necessidade crítica de todas as partes da região evitarem uma escalada ou quaisquer outras ações que possam prejudicar a capacidade de finalizar um acordo".

A comunidade internacional está a pressionar as partes para que cheguem a um acordo de cessar-fogo, com o objetivo também de diminuir as tensões no Médio Oriente, agravadas pela morte do líder do Hamas Ismail Haniyeh, num atentado em Teerão - que o Irão e o movimento palestiniano atribuíram a Israel -, e pelo ataque israelita em Beirute que matou o "número dois" da milícia xiita Hezbollah, Fuad Shukr.

Washington anunciou ter apresentado uma nova proposta de compromisso, apoiada pelo Egito e pelo Qatar, com o objetivo de "preencher as restantes lacunas" e que diz respeito à implementação de um acordo entre Israel e o Hamas, de acordo com a Casa Branca.

Esta proposta norte-americana baseia-se num guião apresentado pelo Presidente Joe Biden no final de maio, que prevê várias fases para a cessação das hostilidades e a libertação dos reféns raptados.

As negociações são mediadas por Egito, Qatar e Estados Unidos, procurando obter a libertação dos reféns israelitas sequestrados em 07 de outubro pelo Hamas e que ainda estejam vivos, além da entrada de ajuda humanitária para a população civil em Gaza; enquanto o Hamas exige a retirada completa das tropas de Israel e um cessar-fogo definitivo.

Contudo, o Hamas já mostrou a sua insatisfação com o que foi discutido nas negociações de Doha para um cessar-fogo em Gaza, garantindo que o que puderam deprender das conversações foi que não existe ainda "um compromisso com o que foi acordado a 02 de julho", referindo-se à proposta original apresentada pelos Estados Unidos.

O Hamas não enviou uma delegação a Doha precisamente para exigir a implementação do que foi previamente acordado, "em vez de continuar com novas rondas de negociações".

Biden falou hoje com o emir do Qatar, Tamim bin Hamad Al Thani, e com o Presidente do Egito, Abdel Fattah al Sisi, sobre as negociações e deixou uma nota de otimismo.

Um alto responsável norte-americano, citado pela EFE sob anonimato, afirmou que os três líderes concordaram que o processo negocial "está agora na sua fase final".

Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para erradicar o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.194 pessoas, na maioria civis.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 111 dos quais permanecem em cativeiro e 41 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.

O número de mortes na Faixa de Gaza em resultado da ofensiva israelita ultrapassou os 40 mil, na maioria civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo Hamas.