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China reforça controlos nas fronteiras devido à propagação do vírus

Foto  joyfull / Shutterstock.com
Foto  joyfull / Shutterstock.com

A China reforçou hoje as medidas de vigilância nas fronteiras para evitar a propagação do vírus monkeypox (mpox), obrigando todos os aviões e navios provenientes de zonas afetadas pela doença a cumprir medidas sanitárias.

A Administração Geral das Alfândegas do país asiático decidiu aplicar estas medidas em resposta à declaração de emergência sanitária internacional emitida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), na quarta-feira.

As autoridades chinesas estabeleceram protocolos de rastreio para os viajantes provenientes de regiões com surtos ativos da doença.

Os novos controlos centram-se na deteção de sintomas como febre, dores de cabeça e erupções cutâneas nos viajantes.

Vão ser ainda efetuados controlos sanitários minuciosos aos veículos, contentores e mercadorias provenientes das zonas afetadas.

Estas medidas, que vão estar em vigor durante os próximos seis meses, visam evitar a propagação na China da também chamada "varíola dos macacos".

A decisão surgiu devido à crescente preocupação mundial com o aumento do número de casos de mpox, especialmente em África, onde foram registados milhares de infeções e centenas de mortes.

Até à passada sexta-feira, 13 países em África registaram 17.541 casos e 517 mortes, sendo a República Democrática do Congo o país mais afetado com 16.789 casos e 511 mortes.

Na quarta-feira, as autoridades da Suécia confirmaram uma infeção por uma nova estirpe do mpox, associada ao surto em África.

O aparecimento de novas estirpes do vírus, como a recentemente detetada na Suécia, sublinhou a necessidade de uma resposta internacional coordenada, de acordo com as autoridades chinesas.

O primeiro caso de mpox na China foi confirmado em 16 de setembro de 2022 num paciente que tinha viajado do estrangeiro para Chongqing (sul).

A atual epidemia, que teve origem na RDC, tem características específicas, a começar por um vírus mais contagioso e perigoso. É causada pelo clade 1 e por uma variante ainda mais perigosa, o clade 1b, com uma taxa de mortalidade estimada em 3,6%.

O clade 1b provoca erupções cutâneas em todo o corpo, mais visíveis, ao passo que as estirpes anteriores se caracterizavam por erupções e lesões localizadas na boca, na cara ou nos órgãos genitais.

Esta é a segunda vez em dois anos que a doença infecciosa é considerada uma potencial ameaça para a saúde internacional, um alerta que foi inicialmente levantado em maio do ano passado, depois de a propagação ter sido contida e a situação ter sido considerada sob controlo.

A nova variante pode ser facilmente transmitida por contacto próximo entre dois indivíduos, incluindo contacto sexual, e é considerada mais perigosa do que a variante de 2022.

Em 2022, uma epidemia mundial propagou-se a uma centena de países onde a doença não era endémica, afetando principalmente homens homossexuais e bissexuais. A epidemia causou cerca de 140 mortos, num total estimado de 90 mil casos.

Antes disso, a doença foi sobretudo detetada em surtos ocasionais na África central e ocidental quando as pessoas entravam em contacto com animais selvagens infetados.

Os países ocidentais contiveram o surto e a disseminação do vírus com a ajuda de vacinas e tratamento aos quais África praticamente não tem acesso.