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ONU pede transparência eleitoral e diz que painel de peritos continua o seu mandato

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O secretário-geral das Nações Unidas apelou hoje para "transparência" eleitoral na Venezuela e disse que o painel de peritos convidados a observar o processo continua com o seu mandato, após a publicação, na terça-feira, de um relatório provisório.

O porta-voz de António Guterres, Farhan Haq, disse na sua conferência de imprensa diária que o documento provisório do painel "foi tornado público sob a autoridade do secretário-geral como [parte de] um procedimento normal em linha com as políticas de transparência" da organização.

Guterres "reitera o seu apelo à transparência e incentiva a publicação dos resultados eleitorais e a repartição por postos de voto" na Venezuela, acrescentou.

"O painel continua com os aspetos técnicos das próximas fases restantes do processo eleitoral, de acordo com os seus termos de referência, e entregará um relatório final ao secretário-geral", que é confidencial, especificou Haq, citado pela agência Efe.

O relatório provisório do painel de peritos da ONU conclui que as eleições presidenciais venezuelanas careceram das "medidas básicas de transparência e integridade que são essenciais para a realização de eleições credíveis".

O Governo de Nicolás Maduro descreveu na terça-feira os membros do grupo da ONU como "falsos especialistas eleitorais" e acusou-os de espalhar "uma série de mentiras", enquanto a oposição destacou que o documento reforça a tese que apoia a vitória da oposição candidato Edmundo González Urrutia.

As autoridades venezuelanas desacreditaram tanto o relatório do painel da ONU como as alegações do Carter Center, tendo ambos sido convidados a observar as eleições pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

A Venezuela mergulhou numa nova crise desde que o CNE proclamou a reeleição do Presidente socialista Nicolás Maduro, resultado contestado pela oposição que denuncia fraudes eleitorais e reivindica a vitória de Edmundo Gonzalez Urrutia.

O anúncio da reeleição de Maduro para um terceiro mandato provocou manifestações de protesto, com um número oficial de 25 mortos, 192 feridos e 2.400 detenções.