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Foram quatro dias intensos de actividade e de homenagem aos pescadores e ao sector vital para Câmara de Lobos e que é responsável por mais de metade da fatia do pescado capturado na Madeira

Terminou mais uma edição da Festa Gastronómica do Peixe-Espada-Preto. Mais do que um cartaz festivo, é um momento simbólico e de partilha que homenageia as mais elementares tradições do povo de Câmara de Lobos que sempre olhou para o mar como fonte de sustento familiar e que durante muito tempo tem sido um dos motores de desenvolvimento concelhio e regional.

Mais do que uma festa trata-se de um evento que assinala a resiliência de pescadores e armadores empenhados, capazes de sofrer por esta arte e cuja quota de mercado representa mais 50% do peixe pescado na Madeira. Por isso é que o Governo Regional já percebeu a importância de atender às necessidades mais específicas de Câmara de Lobos.

Neste âmbito a renovação da frota pesqueira é crucial se queremos manter viva a faina que tanto nos dá em diferentes planos, inclusive ao que nos serve para catalisar do ponto de vista turístico ou não fosse o esplendor da baia com os seus barcos de pesca um quadro verdadeiramente marcante e um ex-líbris que na minha opinião não se pode nem deve desvirtuar como se alguma vez um retoque de um qualquer artista melhoraria um original que a natureza nos brindou.

Mais do que uma festa tem sido uma janela que tem dado visibilidade a um sector com um peso na balança comercial na casa dos 11 milhões de euros e que à conta de Câmara de Lobos, dos seus pescadores e armadores que dão um enorme contributo a um dos pilares importantes da economia de Câmara de Lobos, que tem sido fonte vital de renda e de emprego para dezenas de pessoas que também enfrentam desafios significativos, como lidar com a necessidade de práticas de pesca sustentável, com a conservação dos ecossistemas marinhos ou como responder à crescente demanda por produtos de qualidade.

Câmara de Lobos tem sabido resistir e vai com certeza saber sair por cima porque simplesmente somos câmara-lobenses, somos pesquitos ou chavelhas se quisermos ir à raiz da nossa existência e que jamais renegaremos.

É também cartaz que promove a gastronomia, e aproveito este espaço para agradecer todos quantos estiveram envolvidos na demonstração dos shows cookings superiormente apresentados pelos chefs que se disponibilizaram estar presentes. Aos nossos restaurantes e todos aqueles que associaram àquele que é já considerado uma das maiores manifestações que acontecem no município. A todos um agradecimento sentido.

Dizer-vos que tem sido nosso desejo que continue a ser um evento de discussão, mas também aglutinador de novas parcerias e iniciativas que possam trazer avanços reais não só para o sector como para o concelho de forma particular. Incentivamos todos que participassem activamente nos workshops e que aproveitassem ao máximo a partilha com colegas ou especialistas presentes.

Mas tudo isto não acontece por um mero e simples passe de mágica. Desde que chegamos à Junta de Freguesia temos desenvolvido um conjunto de políticas e acções abrangentes, assentes numa postura diálogo e de proximidade. De entrega à justiça social. De equidade. E também de protecção aos que mais precisam.

Mas igualmente de apoio a todos aqueles que querem investir na nossa terra. E já são muitos os que nos procuram. Para nós todos são importantes. Todos são iguais. Porque todos fazem uma freguesia mais dinâmica e mais coesa, e não podemos desperdiçar tempo. O concelho não pode desperdiçar o que de melhor tem que são as suas gentes. Câmara de Lobos ficará a ganhar se tivermos esta capacidade, este dinamismo.

Poderíamos ter feito mais? Admito que sim, mas a nossa vontade de querer fazer mais e melhor esbarra num orçamento que é curto para a ambição da minha equipa à qual não me canso de elogiar. Sem eles nada disto seria possível. Um agradecimento ao Governo Regional e ao Município, mas certamente com outros meios, Câmara de Lobos teria outro ritmo. Havemos de lá chegar.