O Estado/Governo que não investe na Juventude hipoteca o futuro
Não é, de todo, o melhor presente para comemorar o Dia Internacional da Juventude constatar que a nossa Região perdeu, em três décadas, aproximadamente, 40/% dos seus jovens.
Governantes e autarcas que andaram anos distraídos deixaram gerar bolsas de problemas sociais (falta de emprego, habitação, saúde, etc.) que empurraram os nossos jovens para a emigração e não só. Enredados na propaganda, nos credos ideológicos e nas paixões do momento não quiseram saber dos problemas mais prementes da nossa realidade.
Num passado não muito longínquo, emigravam os pais à procura de uma vida melhor para os filhos. Hoje, emigram os nossos jovens com formação académica superior, com o propósito de encontrar num país distante o que o seu lhes negou e continua a negar. Vão e fazem-se jovens mulheres e homens bem sucedidos, à custa de muito sofrimento por terem deixado para trás família e amigos. Vão estes jovens constituir as suas famílias contribuindo para o aumento da natalidade no país que os acolheu, enquanto na nossa região vão ficando os mais velhos e idosos e meia dúzia de “privilegiados” os bafejados pela sorte ou pelo destino de ter nascido mais iguais do que outros, possuidores de “requisitos inatos” indispensáveis ao acesso de um posto de trabalho ou de “emprego”, simplesmente. Partem tantos que queriam ficar. Partem e já não voltam, a não ser em gozo de férias por alguns dias. Alguns, dos poucos que ainda resistem, contra ventos e marés vão tentando conquistar um lugar ao Sol. Submetem-se a concursos já “viciados”, dos que se sabe o concorrente apurado ainda antes das provas efectuadas É situação recorrente, pelas razões que todos sabemos. Porque o mérito não fez escola nesta nossa sociedade pobre e altamente burocrática. Ser decente devia ser obrigatório.
Esqueceram os jovens. Olhem atempadamente para a legião de velhos que temos ou somos. Os que definham de solidão ou estão abandonados nos hospitais. Todos eles já foram jovens contribuintes. Retribuam-lhes agora ou oportunamente, proporcionando-lhes qualidade de vida, mas não em lares que não passam de simples “depósitos de velhos”
Madalena Costa