Tricampeão PSG 'órfão' de Mbappé deixa rivais a sonhar com sucessão em França
A saída da 'estrela' Kylian Mbappé para Espanha deixa vários rivais do tricampeão Paris Saint-Germain a sonhar com o título numa mais imprevisível edição 2024/25 da Liga francesa de futebol, que arranca na sexta-feira.
Mónaco, Lille, Lyon e Marselha, pelo menos, vão entrar com ambições reforçadas na discussão pelo triunfo na Ligue 1, por norma a liga menos mediática do chamado 'big five' europeu e que vai ficar mais carente de atenção após o 'adeus' da sua principal figura da última década, mesmo quando teve de partilhar espaço com o brasileiro Neymar e o argentino Messi.
Mbappé, que chegou à capital francesa em 2017, aos 18 anos, acabado de se sagrar campeão pelo Mónaco, contribuiu decisivamente para dois tricampeonatos, interrompidos pelo Lille em 2021, e foi o melhor marcador das últimas seis edições da principal liga gaulesa.
Com a saída do internacional francês para o Real Madrid, seria de esperar que o PSG atacasse o mercado em busca de novas 'estrelas' para o setor ofensivo, mas, até ao momento, a dois dias do início do campeonato, aconteceu exatamente o oposto.
O emblema orientado pelo treinador espanhol Luis Enrique não apresentou ainda nenhum dos muitos avançados de renome que lhe foram associados pela imprensa ao longo dos últimos meses, tendo antes optado por contratar três jogadores para outros setores do plantel.
As aquisições do médio João Neves, ex-Benfica e mais um elemento na 'armada' lusa já composta por Danilo, Nuno Mendes, Vitinha e Gonçalo Ramos, do central equatoriano Willian Pacho (ex-Eintracht Frankfurt) e do guardião russo Safonov (ex-Krasnodar) envolveram um valor global de 120 milhões de euros (ME).
O PSG, para já forçosamente mais fraco, mas com talento suficiente para chegar ao 'tetra', espera que os avançados Barcola, Dembélé, Kolo Muani e Gonçalo Ramos, todos contratados há um ano, assumam coletivamente a resposta ao ponto de interrogação com que começa a nova temporada.
Os principais candidatos a destronar o campeão serão, em teoria, Mónaco (segundo classificado em 2023/24), Lille (quarto), Lyon (sexto) e Marselha (oitavo).
O Lyon, do guardião português Anthony Lopes, hegemónico entre 2001 e 2008, mas há 16 anos sem celebrar o título francês, desembolsou mais de 130 ME em jogadores, como o central senegalês Moussa Niakhaté e o médio belga Orel Mangala, ambos ex-Nottingham Forest, o extremo ganês Nuamah (ex-Molenbeek) e o dianteiro georgiano Mikautadze (ex-Metz), nome de realce pela sua seleção no Euro2024.
Depois de uma má época, o Marselha contratou o treinador italiano Roberto de Zerbi (ex-Brighton), conhecido pelo seu futebol ofensivo, e gastou 60 ME, adicionando o dinamarquês Hojbjerg (ex-Tottenham) e o canadiano Ismaël Koné (ex-Watford) ao meio-campo e o inglês Mason Greenwood (ex-Getafe) ao ataque, setor que ficou sem o experiente goleador Aubameyang.
O Mónaco confiou no jovem avançado nigeriano Ilenikhena, adquirido ao Antuérpia, para suprir a saída, em fim de contrato, de Ben Yedder, enquanto o Lille, dos portugueses Tiago Santos e Rafael Fernandes, perdeu o treinador Paulo Fonseca para o banco do AC Milan - substituído por Bruno Genesio - e o central Leny Yoro para o Manchester United, a troco de 62 ME, valor recorde neste mercado de verão da Ligue 1.
O Brest, terceiro classificado e equipa sensação de 2023/24, terá dificuldades para repetir a 'saga', ao encarar a sua estreia absoluta na Europa na renovada Liga dos Campeões, mantendo-se como 'outsider', na companhia de Nice, Lens, do português David da Costa, e Rennes.
A 87.ª edição do principal campeonato gaulês fica também marcada pelo regresso, dois anos depois, do histórico Saint-Étienne, o segundo clube mais titulado (10), a seguir ao PSG (12), que subiu acompanhado de Auxerre, um antigo campeão gaulês (1995/96), e Angers.