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Madeira

APAV apoia 45 vítimas de violência em seis meses na Madeira

De um total de pouco mais de 10 mil em todo o país

Foto Shutterstock
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Durante o primeiro semestre de 2024, "a APAV procedeu à abertura de 7.037 novos processos de apoio, debruçando igualmente a sua atenção em 4.104 processos em acompanhamento", sendo que desta forma, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, durante estes seis meses, "trabalhou com um total de 11.141 processos de apoio". Do total de vítimas apoiadas, mais de 10 mil, 45 foram na Região Autónoma da Madeira.

"A multiplicidade de modalidades de contacto ofereceu flexibilidade na interação entre a APAV e os/as utentes, permitindo uma abordagem diversificada e adaptada às preferências e necessidades individuais de cada pessoa beneficiária dos serviços", realça o relatório semestral da APAV. "Neste sentido, durante o primeiro semestre de 2024, evidenciou-se como preponderante o tipo de contacto telefónico, totalizando 52,5%, seguido do atendimento por email, com um registo de 21,3%. Deve igualmente destacar-se o atendimento presencial que totalizou 18,5%".

Além disso, "dos 148 contactos relativos ao apoio online efetuados, salientar que metade dos mesmos foram conduzidos através da rede social Facebook/Messenger (50,7%)".

Também realça que "dos contactos efetuados para a APAV por parte dos/as utentes, destacam-se tanto os que foram realizados pela própria vítima (48,8%) como por denunciantes (e.g. amigos/conhecidos, familiares, instituições e/ou outros) que perfizeram um total de 44,1%. Dos 4.923 contactos realizados por denunciantes, 2.520 (51,2%) foram contactos de natureza institucional. Neste contexto, e dos 2.520 contactos estabelecidos por instituições, merecem destaque os efetuados à APAV pelo Tribunal ou Ministério Público, que totalizaram 44,6% (n=1.123) dos registos, bem como os contactos realizados pelos Órgãos de Polícia Criminal, que representaram 23,6% (n=594) do total de registos APAV".

Ao longo deste tempo de Janeiro a Junho, "a APAV apoiou 10.007 vítimas, abarcando não apenas vítimas de crime, mas também aquelas afetadas por diversas formas de violência, ainda que estas possam não constituir crime de acordo com o Código Penal português. Constata-se que, durante o primeiro semestre de 2024, a maioria das vítimas apoiadas pela APAV era do sexo feminino (n=7.720; 77,1%). Não obstante, cumpre ressalvar, adicionalmente, a significativa percentagem de homens que, durante o mesmo período temporal, foi apoiado pela APAV após ser vítima de crime e de outras formas de violência, a qual se fixou em 21,3% (n=2.130)", salienta.

Além do mais, acrescenta, "uma grande percentagem das vítimas apoiadas pela APAV no primeiro semestre de 2024, encontrava-se na faixa etária entre os 25 e os 54 anos de idade (n=4.252; 42,6%)".

Sendo que a "compreensão da distribuição geográfica das vítimas oferece implicações estratégicas cruciais para a atuação da APAV. A identificação dos distritos mais afetados não apenas orienta a alocação de recursos, mas também sugere a necessidade de estratégias específicas de prevenção e intervenção adaptadas às dinâmicas locais", a associação destaca que ao "analisar o perfil das vítimas apoiadas pela APAV no primeiro semestre de 2024, destaca-se uma concentração significativa das mesmas nos distritos de Lisboa (n=1.966; 19,6%), Faro (n=1.879; 18,8%), de Braga (n=1.212; 12,1%) e do Porto (n=1.143; 11,4%)". Destaca-se, assim, uma diferença abismal entre os casos nos Açores (208 ou 2,1% do total de 10.007 vítimas) e a Madeira (45 ou 0,4%), que só está atrás da Guarda (22), Bragança (25) e Beja (30).

Refira-se que no ano passado, a APAV apoiou um total de 93 vítimas (0,6% de 16.185 pessoas) na RAM.