A clássica democracia ainda existe?

Porque às vezes questiono-me se verdadeiramente vivemos em plena democracia, pois o caminho que a nossa região, o nosso país e a Europa está a seguir em nada tem a ver com o anseio de qualquer comum dos cidadãos que por necessidade trabalha e de forma involuntária paga (IM)postos, sobrevive numa pressão psicológica tentando cumprir os seus deveres mas determinantemente a sentir-se condicionado nos que aos seus direitos diz respeito. A voz do povo não se resume nem se reflete apenas a um X num quadradinho dum papel pré definido por alguém que escolheu e em quem o povo deve votar. É que 70% das leis vem da UE, por exemplo: alguém votou para que António Costa fosse presidir o conselho da Europa, ninguém votou, 70% dessa democracia não existe, só restam 30%, alguém tentou referendar o apoio militar da UE à Ucrânia ou de qualquer outro referendo que achassem importantes que os cidadãos europeus se manifestassem em serem ouvidos, ninguém quer saber da voz do povo para nada, estão-se marimbando em saber o que o povo realmente pensa e quer, a voz do povo está totalmente silenciada, as pessoas calam sentem quase medo de se expressar. A verdadeira e autêntica democracia está condicionada, diria até (silenciada). A verdadeira democracia clássica seria a minha opinião ou a de qualquer outro cidadão em se expressar livremente de todo e qualquer assunto que nos diga respeito aos cidadãos comuns. Os lideres são escolhidos pelos militantes dos maiores partidos e são postos à disposição do eleitorado e promovidos pelo marketing como se de um qualquer banal produto de consumo se tratasse. Mas afinal podemos continuar a denominar isto de democracia num conceito de liberdade? Quando um dia se promete mil e uma solução para problemas criados pelos mesmos que até agora os criaram, só mesmo um povo sem cultura democrática é que permite que se perpetue um interminável rol de promessas por parte de gente inescrupulosa e que sem qualquer tipo de seriedade usa e abusa da ingenuidade desse mesmo povo para continuar à custa da sua miséria o perpetuar da corrupção. Infelizmente os portugueses e os madeirenses em particular o sentimento que têm em relação à democracia é nulo e cada vez mais de total descrédito. Hora as promessas incumpridas continuam na agenda do partido eternamente no governo, agora coadjuvado pelo defensor dos animais, e não se esqueça que os humanos também fazemos parte desse grupo e apoiado pelos acérrimos combatentes da corrupção e do compadrio que querendo impor a limpeza na Madeira esqueceram-se da vassoura (promessa) em casa na hora de confirmar o não é não e por engano levaram consigo um verdadeiro produto de conservação da madeira para que o caruncho (compadrio) da corrupção fosse envernizado e mantivesse o seu aparente brilho. Já uma vez preconizou o 2º presidente de USA «John Adams em pleno século XVIII», (a democracia nunca dura muito tempo, ela logo enfraquece, esgota e mata-se a si própria. Nunca houve uma democracia que não tivesse cometido o suicídio). Será que estamos em vias de querer preparar o caminho do suicídio à nossa ainda um tanto ou quanto jovem democracia?

A. J. Ferreira