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Crónicas

Notas de Verão

Democracia directa

É o que está a dar. Para libertar um lince ou para impedir um estacionamento público. Que se lixem as eleições, os programas, os partidos e os eleitos com o nosso voto. Se não concordas, com uma obrigação legal provoca uma petição. Os partidos não valem nada. Perderam poder. Os políticos estão desacreditados. Algum dos milhares de subscritores pela libertação do lince se sente culpado da sua morte? Alguma autoridade tem remorso? A lei é, ou não é, para cumprir? O poder está na rua!

E que dizer da praça do Município? Porque não abrir petição pública a seu favor? Pode não recolher proponentes para além do partido socialista. É o último estacionamento a ser construído ou há plano global para o estacionamento no Funchal? Aos primeiros protestos a Câmara já diz que nada é para ser feito. E se o estudo que realiza o aconselhar? Risco e discussão desnecessária.

Enquanto governante, estudei e financiei a construção de três estacionamentos periféricos ligados pela Cota 40: Campo da Barca, Largo da Cruz Vermelha e Avenida Calouste Gulbenkian. Nunca alguém os pôs em causa. Uma pequena camioneta gratuita ligava-os com o centro da Cidade.

Já agora, surpreende a Câmara nunca ter deliberado que os estacionamentos reservados a entidades públicas não são válidos ao sábados, domingos e feriados. Já é assim nas cidades civilizadas. Quem quiser ir à missa pode parar num estacionamento reservado ao governo, câmara ou tribunal.

Dunas de Porto Santo

Já que falamos de petição pública, porque não abrir uma sobre a construção de novos restaurantes sobre a duna da praia de Porto Santo? Se estão a construir então é suposto eu também ser autorizado a fazer igual. Porque não esclarecem o regulamento para tais edificações e retiram a ideia de que há “fregueses” que fazem o que querem? Conhecendo as regras então os cidadãos podem avaliar as suas possibilidades de também investirem. Se não o quiserem tornar público podem, pelo menos, enviar para o meu email.

Desemprego

Como se concede prazo alargado e subsidiado por desemprego quando há tanto emprego disponível? Não é tempo para legislar de forma séria e oportuna?

Nacional

É ano de glória. Representar a Madeira ao mais alto nível do futebol português. Uma responsabilidade que saberá honrar e promover a bem da Madeira e do Clube. Fazer uma nova equipa, de maior qualidade que a anterior, é obra que Rui Alves, Gustavo Rodrigues e Tiago Margarido saberão gerir. Porque de gestão de futebol ninguém aqui tem mais que provar. São sabedores do ofício e confiamos neles.

Para já, a épica subida do Nacional convenceu Miguel Albuquerque, Jorge Carvalho e restante governo na importância da Madeira ter futebol ao mais alto nível. A política, no geral, ficou convencida da aprovação colectiva que o futebol dá lucro global à Madeira. Há que acabar com a demagogia barata e falar verdade.

Marítimo e Nacional

Se querem justificar os apoios públicos, ambos devem chamar-se de Nacional da Madeira e Marítimo da Madeira. É a máxima promoção da Madeira e faz justificar o apoio público que é dado. Orgulho na sua Região e projeção obrigatória.

Desporto olímpico

Lástima. Somos do pior que há em desporto. Temos meia dúzia de jogadores de futebol com qualidade e pouco mais. O Estado é o primeiro grande culpado e o povo acha que dinheiro para desporto é desperdício. Um país de “desportistas” de bancada.

Só para ridicularizar ainda mais a situação é dizer que Hungria, Suécia, Bélgica e Suíça têm menos ou igual população que Portugal e venceram em Paris 19, 11, 10 e 8 medalhas respectivamente. Mais absurdo é a Nova Zelândia, com metade da população, ter colecionado 20 medalhas sendo dez de ouro.

Rali e Clássicos

Carece de boa explicação porque o Rali Vinho da Madeira recebe apoio público de 345 mil euros enquanto um encontro de automóveis clássicos é presenteado com 250 mil. Neste último caso, fora almoços e jantares, o que tem custo que os felizes proprietários das “Donas Elviras” não possam pagar? Subsídio para quê? Música, danças e copos? Valorizarem o calhambeque?

Dispersamos subsídios e acabamos por não ter qualquer evento desportivo com impacto. É ver o rali.

Algarve

“O Algarve está numa forte desaceleração da sua dinâmica de atração e oferta turística e é a região que menos cresce em Portugal”, podemos ler no Expresso. Cresce Setúbal com o nicho de luxo em Tróia e na Comporta. Não será uma oportunidade a aproveitar pela Madeira? O que vão fazer?

Golfe no Porto Santo

É o campo no Arquipélago com mais jogadores ao longo do ano. É o clube com mais jovens competitivos. Dá-me gozo lembrar as críticas quando propus e insisti na construção do campo. E arrepia-me saber que se preparam para apenas ampliar com mais meio campo (9 buracos). Investir cerca de 60 milhões de euros na Ponta do Pargo, em campo com relva de jardim caseiro (alguém não anda pensando bem), desprezando o Porto Santo, é estratégia errada. O sucesso conseguido justificava aposta arrojada. Ficamos sempre a meio das coisas bem feitas. São essas que fazem a diferença e mudam as ilhas. Alguém quer ser pobre para sempre?

Pico Areeiro

Custa muito definir o tipo de visita correcto e aplicá-lo? Quando viajo eu não vou onde quero. Vou onde me deixam. Sempre pago. Força Rafaela Fernandes!

Previsão Metereológica

Continua patética.

Ditadura bolivariana da Venezuela

Era conhecida e nunca foi desmentida. Maduro nunca sairá sem ser pela força. Ou pela mão dos seus próprios militares. Fazer eleições é farsa para disfarçar a ditadura. Na América Latina já há histórico de golpes que ensinam como fazer. Ainda assim há que eliminar, desde logo, os que enchem os bolsos à custa do terror bolivariano.

Quinta do Lorde

O pior para o fim. A Quinta do Lorde faliu e o processo de insolvência já foi decidido pelo juiz. Como não houve notícia, por este prejuízo superior a cem milhões de euros no Caniçal, faço-o aqui.

O Tribunal Judicial da Comarca da Madeira determinou a insolvência da Quinta do Lorde tendo determinado a repartição do produto da sua liquidação. O Tribunal concedeu aos “amigos”, familiares e outros credores do “investidor”, que celebraram contratos de compra e venda de terrenos na Quinta do Lorde, valores entre seiscentos e novecentos euros como compensação de pagamentos individuais superiores a trezentos mil euros. No total foram cento e tal milhões de euros.

Lição: nunca confies em alguém mesmo que penses o conhecer bem.

Em Portugal só é preso o devedor ao Estado. Dívidas a particulares não dão qualquer penalidade. Os políticos, em Portugal, acham que as dívidas entre particulares não são tão graves como os incumprimentos com o Estado. Os caloteiros continuam empresários, com grandes carros, casas quanto bastem, ar presunçoso, sem vergonha na cara e entram nos bancos e nas repartições públicas como se fossem os “donos daquilo tudo”. Mesmo não pagando o que devem.

Tenho mais informação se alguém quiser noticiar com detalhe.