Oposição venezuelana convoca protestos em mais de 100 cidades do mundo, incluindo Lisboa
A oposição venezuelana convocou hoje um "grande protesto mundial pela verdade" no próximo sábado em mais de 100 cidades do mundo, incluindo Portugal.
Os protestos foram convocados pela Plataforma Unitária Democrática (PUD), que reúne os principais partidos de oposição venezuelanos, e têm por objetivo defender os resultados das presidenciais de 28 de julho que os oposicionistas contestam, reivindicando a vitória de Edmundo González Urrutia e não de Nicolas Maduro, atual presidente.
"Neste sábado, 17 de agosto, sairemos às ruas da Venezuela e do mundo. Onde houver um venezuelano estaremos juntos. Confiem, desta vez é diferente porque nós somos diferentes. Gritemos juntos para que o mundo apoie a nossa vitória e reconheça a verdade e a soberania popular", explica a líder opositora María Corina Machado.
A convocatória, acompanhada por um vídeo na rede social X, cujo acesso está bloqueado na Venezuela, afirma ainda que "hoje a Venezuela está unida, graças aos que estão dentro [do país] e aos que estão fora [no estrangeiro]".
Estão convocadas concentrações de protestos nas cidades de Lisboa (Portugal), Washington, Miami e Nova Iorque (EUA), Madrid e Barcelona (Espanha), Amesterdão (Países Baixos), Bruxelas (Bélgica), Roma (Itália), Londres (Reino Unido), Marselha (França) e Melbourne (Austrália), entre outras.
Os protestos estão previstos para várias cidades da América Latina, entre elas Bogotá, Cúcuta (Colômbia), Brasília (Brasil), Quito e Guayaquil (Equador), Montevidéu (Uruguai), Assunção (Paraguai), San Salvador (El Salvador), Punta Cana (República Dominicana) e Cidade do México (México).
Segundo a Plataforma de Coordenação Interagências para os Refugiados e Migrantes da Venezuela (R4V), mais de 7,77 milhões de venezuelanos abandonaram o seu país, nos últimos anos, fugindo da crise política, económica e social que afeta a Venezuela.
A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Nicolás Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.
Os resultados eleitorais têm sido contestados com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo oficial de mais de 2.220 detenções, 25 mortos e 192 feridos.