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UE e Colômbia pedem diálogo e verificação dos resultados eleitorais na Venezuela

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Foto EPA

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, e o ministro dos Negócios Estrangeiros colombiano, Luis Gilberto Murillo, defenderam hoje que a crise venezuelana deve ser ultrapassada com diálogo e a verificação dos resultados eleitorais.

"Em conversa com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, concordámos sobre a importância de apoiar os esforços da Venezuela para alcançar uma solução de diálogo e democrática para a crise, com publicação/verificação de resultados eleitorais detalhados e respeito pelos direitos humanos ", realçou Borrell, através da rede social X.

Os governos da Colômbia, do Brasil e do México, que mantêm relações com o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, estão a tentar liderar um esforço de mediação para encontrar uma saída para a crise que a Venezuela atravessa.

O alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança manteve também na segunda-feira uma conversa com o candidato presidencial da oposição na Venezuela, Edmundo González Urrutia, sobre a necessidade de verificar as atas das eleições de 28 de julho.

Borrell insistiu, na altura, que "a divulgação dos resultados eleitorais corresponde ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE)" da Venezuela.

A autoridade eleitoral do país proclamou a reeleição de Maduro, mas os resultados foram questionados pela oposição e por parte da comunidade internacional.

A UE pediu ao Governo venezuelano que tornasse públicos os registos eleitorais para reconhecer os resultados que, segundo o executivo, dão uma nova vitória a Maduro e, segundo a oposição, são favoráveis ao seu candidato, Edmundo González.

O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos manifestou-se hoje preocupado com as detenções arbitrárias na Venezuela em protestos contra os resultados das eleições presidenciais e com "o clima de medo" vivido no país.

"É particularmente preocupante que tantas pessoas estejam a ser detidas acusadas de incitamento ao ódio ou ao abrigo da legislação antiterrorista", afirmou Volker Turk, num comunicado citado pela agência francesa AFP.

Turk advertiu que o direito penal "nunca deve ser utilizado para restringir indevidamente" os direitos à liberdade de expressão, de reunião e de associação.

O aviso surge um dia depois de Nicolás Maduro ter exigido que os serviços do Estado atuem com "mão de ferro", na sequência dos distúrbios que eclodiram após o anúncio da sua reeleição.