Borrell diz que contraofensiva de Kiev força Rússia a recuar para o seu território
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) Josep Borrell, afirmou hoje que a contraofensiva ucraniana na região de Kursk está a forçar as forças invasoras russas a recuarem para o seu território.
"[O Presidente russo Vladimir] Putin não conseguiu quebrar a resistência da Ucrânia contra a sua invasão injustificada, e agora vê-se obrigado a retirar para o interior do território da Rússia", indicou Borrell através da rede social X.
Na mesma mensagem, indicou ter contactado com o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmitro Kuleba, sobre "os últimos acontecimentos na frente e a contraofensiva de Kursk".
"Reiterei o pleno apoio da UE à luta do povo da Ucrânia", assinalou.
Uma porta-voz da UE manifestou hoje o seu apoio aos esforços da Ucrânia para forçar ao recuo territorial da Rússia, mas não comentou a incursão das forças ucranianas na região russa de Kursk, alegando um "não envolvimento".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano já salientou que o objetivo da incursão na província russa de Kursk não consiste em "ocupar o território da região", mas antes proteger os civis ucranianos.
Indicou ainda que esta operação ofensiva complica a lógica militar russa e o envio de unidades adicionais para a região de Donetsk (leste), onde as forças russas exercem uma forte pressão na linha da frente na zona de Pokrovsk.
Analistas citados pela agência noticiosa Associated Press (AP) consideram que o "catalisador" para esta operação consiste no desejo ucraniano de aliviar a pressão nas suas linhas da frente, tentando desviar as forças russas para a defesa de Kursk e de outras regiões fronteiriças. No entanto, a intensificação dos combates em torno de Pokrovsk parece sugerir que Moscovo "não mordeu o isco".
Um porta-voz do exército ucraniano, Dmytro Lykhoviy, alegou hoje em declarações ao Politico que o ataque ucraniano levou a Rússia a retirar de território ocupado na Ucrânia "um número relativamente pequeno" de unidades.
"A Rússia relocalizou algumas das suas unidades das regiões de Zaporijia e Kherson no sul da Ucrânia", disse Lykhoviy.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais, que também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.