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Abbas agradece a Putin "corajoso" apoio da Rússia à causa palestiniana

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O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, agradeceu hoje ao presidente russo, Vladimir Putin, o "forte" apoio que a Rússia tem dado à causa palestiniana em diferentes instâncias internacionais, após a sua recente visita a Moscovo.

"O povo palestiniano aprecia a posição forte da Rússia, amiga na cena internacional e no Conselho de Segurança", transmitiu a presidência palestiniana num comunicado, no qual sublinha o "corajoso" apoio de Moscovo aos direitos dos palestinianos "para pôr fim à ocupação" israelita.

Abbas indicou que esta visita a Moscovo serviu para "trocar opiniões e conselhos sobre as difíceis condições que a Palestina está a viver", bem como para "discutir formas de cessar a guerra de extermínio" lançada por Israel na Faixa de Gaza.

Por sua vez, Putin afirmou que, apesar de a Rússia estar a "defender os seus interesses" na Europa de Leste, continua atenta ao que se passa no Médio Oriente.

"É claro que o que está a acontecer na Palestina não nos passa despercebido", declarou.

Putin recordou que a Rússia sempre defendeu a solução de dois Estados (israelita e palestiniano), coexistindo lado a lado, para resolver a crise no Médio Oriente, que, sublinhou, tem origem no "desrespeito" das decisões adotadas pela ONU e por outros organismos internacionais para formar um "Estado palestiniano independente".

"Consideramos que, para garantir uma paz estável, fiável e duradoura na região, é necessário aplicar todas as decisões da ONU e, acima de tudo, criar um Estado palestiniano de pleno direito", sustentou o Presidente russo.

Abbas visitou a Rússia num momento de fragilidade: a Autoridade Palestiniana perdeu força diplomática, numa altura em que a comunidade ocidental apela ao Governo palestiniano para levar a cabo uma série de reformas e iniciar um processo de renovação, para voltar a emergir como uma parte a ter em conta no processo de paz.

Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o movimento islamita palestiniano Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.194 pessoas, na maioria civis.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 111 dos quais permanecem em cativeiro e 41 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.

A guerra, que hoje entrou no 312.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 39.929 mortos (1,8% da população) e 92.240 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros após mais de dez meses de guerra, de acordo com números atualizados das autoridades locais.

O conflito causou também cerca de 1,9 milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.