O destacado Ricardo Sousa
Tive, infelizmente, um familiar com cancro, recentemente falecido. Por essa razão, tive de me deslocar várias vezes à Liga Contra o Cancro, para pedir apoio, para desabafar. Os voluntários e funcionários que lá estão são fantásticos e sempre prontos a ajudar. O mesmo não posso, infelizmente, dizer do seu Presidente, Ricardo Sousa.
Não porque tenha sido mal-educado. Não. Simplesmente porque nunca o vi lá. E desloquei-me várias vezes, em diferentes horas. Azar meu, presumi.
Mas, em conversa com outros familiares na mesma situação do que eu e com doentes, percebi que não era só eu a ter dificuldade em vê-lo lá, salvo marcação. Um ou outro viu-o, mas em horas mais tardias, raramente no horário de expediente. Uns chegaram a vê-lo, em horas de expediente, mas sempre por pouco tempo.
Fiquei, pois, admirado, quando soube que ele estava destacado para o Governo Regional para a Liga Contra o Cancro, ou seja, dispensado de dar aulas (é professor) para poder desempenhar melhor as suas funções.
Sem colocar em causa a forma como vem conduzindo a Liga (não me compete julgar a sua ação), interrogo-me das causas que poderão levar alguém a não estar presente no local para onde está destacado, ou seja, no local para onde está a ser pago pelo Governo Regional, na sua qualidade de professor.
Os destacamentos podem e devem ser usados. São uma forma do Governo Regional apoiar associações, instituições, clubes, IPSS. Uma maneira de libertar os seus orçamentos de encargos com pessoal, permitindo que essas verbas possam ser utilizadas noutros fins.
Mas, são para ser cumpridos na íntegra por quem deles beneficia. Está destacado para fazer uma missão e cumpri-la.
Por isso, entendo que o Governo não tenha prorrogado o seu destacamento. Porque quem não cumpre com um horário de trabalho, aparecendo quando lhe apetece ou dá jeito (por exemplo, não deve ser destacado. Quem não cumpre, não pode continuar.
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