ADN critica "falta de bom senso" dos organizadores da Festa Luso-venezuelana
Miguel Pita considera que o evento deveria ser adiado ou ter adoptado outra temática
O ADN Madeira, através do seu coordenador Miguel Pita, critica a concretização da Festa Luso-venezuelana na Ribeira Brava e acusa os seus promotores de "falta de bom senso".
Em nota emitida, o partido começa por considerar "bastante inoportuno, incompreensível e em péssimo timing, a denominada 'Fiesta Chévere'", fazendo referência à crise política e social que se vive na Venezuela após as eleições presidenciais.
O ADN lamenta a "falta de sensibilidade e solidariedade demonstrada para com a comunidade luso-descendente" com a realização da celebração que tem carácter anual e mobilizou milhares de pessoas, defendendo, por outro lado, a promoção de manifestações e vigílias.
O ADN não compreende o contra-senso e falta de coerência, em que ao mesmo tempo que se promovem na RAM vigílias e manifestações de apoio para com o povo oprimido da Venezuela, em que se denota a preocupação das pessoas para com os seus familiares e amigos que lá se encontram, estejamos em simultâneo promovendo uma festa que mais parece de puro apoio e legitimação de vitória a Nicolas Maduro, pois é essa a imagem que passa para o exterior de ilha. Miguel Pita
O partido considera que "a apetência tradicional do nosso povo madeirense pelas festas e arraiais, nunca se deveria sobrepor à à causa solidária" para com o povo venezuelano, apontando que "teria sido mais coerente alterar o tema do evento em questão ou simplesmente o adiamento da 'fiesta'".
Miguel Pita remata dizendo que o evento "contrasta com o medo, tristeza, insegurança, a prisão e morte de inocentes, que todos nós sabemos estar a ocorrer neste momento naquele grande País que muito ajudou a RAM no seu desenvolvimento, acolheu e bem tratou os nossos emigrantes desde a década de sessenta e onde actualmente habitam centenas de milhares de luso-descendentes".