Carta Aberta
Como Tomé, não queria acreditar sem ver.
Direi somente que para um governante é vergonhoso, inqualificável, direi muito baixo.
“Portugal, na UE não tem peso para negociar quotas pesqueiras”. Foi esta a afirmação da Senhora Secretária de Estado das Pescas.
A primeira pergunta que se me coloca é tão somente esta: - Em que matérias Portugal tem peso para negociar?
Pelos vistos Portugal, o pequeno país à beira do Atlântico não tem peso negocial em nada. Limita-se a estender a mão e receber os fundos que lhe dão para se manter calado e votar a favor de quem interessa.
Veio de Bruxelas, a reboque, onde esteve 8 anos a fazer não se sabe o quê, sendo vice presidente da comissão de pescas, da qual pediu escusa. Portugal tem vido, sucessivamente, a perder quotas de pescado há 10 anos a esta parte. Pergunta-se que veio esta senhora fazer para o Governo da República?
Desconhece a realidade das pescas no país, escusa-se a responder às perguntas que lhe são lançadas, escuda-se no ministro seu titular.
Que veio esta senhora fazer para o Governo do seu país?
Tendo Portugal a maior plataforma marítima da Europa não tem peso negocial nas pescas?
As suas águas marítimas são quintal para os espanhóis, franceses, mauritanos, russos e todos os que quiserem porque para portugueses nada. Importem os portugueses o peixe que os outros pescam nas suas águas!
Tudo isto obriga-nos a raciocinar em outros termos.
Porquê a rapidez de querer formarem-se zonas protegidas?
Porquê a ideia excelsa de abate de barcos?
Porquê alinhar as eólicas com as pescas?
Porquê a pressão enorme de aumentar as jaulas de criação da dourada e de outras espécies?
Porquê querer-se iniciar o ensaio de criação de atum em cativeiro?
Este é um negócio chorudo já encomendado para alguém!
Onde está aquela que há oito anos dizia defender em Bruxelas a economia do mar?
Que é feito da tão apregoada economia azul?
As respostas, para quem quiser pensar, são muito fáceis face ao que vemos ser ensaiado!
Há muito silêncio…! Respostas oficiais nenhumas!
Tudo isto está a ser um negócio estruturado que vai encher os bolsos de muita gente.
Os armadores que vendam os barcos porque são fonte de poluição. Os pescadores que encham as esplanadas dos cafés ou rocem-se nas pedras do calhau porque lhes vamos garantir subsídio ou reforma antecipada.
Que triste mentalidade! Que estúpido caminho se aponta! Quão perversa esta gente sem princípios!
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