'Rentrée' do PSD no Porto Santo é hoje notícia
Descubra os acontecimentos que prometem marcar a actualidade
PAÍS
Os sociais-democratas madeirenses realizam hoje, na ilha do Porto Santo, a tradicional 'rentrée' política, um momento para mobilizar o partido para os próximos desafios, sobretudo as eleições autárquicas de 2025.
Num ano marcado por eleições regionais antecipadas, que se realizaram em 26 de maio, na sequência da demissão do líder do PSD/Madeira e do Governo Regional, Miguel Albuquerque, constituído arguido numa investigação judicial relacionada com suspeitas de corrupção, os sociais-democratas pretendem "reforçar a união".
No sufrágio de maio, o PSD/Madeira não conseguiu pela primeira vez assegurar uma maioria absoluta no parlamento regional, que é agora composto por 19 deputados sociais-democratas, 11 do PS, nove do JPP, quatro do Chega e dois do CDS-PP, ocupando ainda a IL e o PAN um lugar cada.
O partido de Albuquerque, que foi reeleito presidente do executivo (ocupa o cargo desde 2015), celebrou um acordo parlamentar com o CDS-PP e teve de consensualizar o Programa do Governo com o Chega, a IL e o PAN. O PS e o JPP recusaram o convite do executivo madeirense para negociar. O Orçamento Regional para 2024 teve igualmente de ser negociado com a oposição.
Os sociais-democratas governam em sete dos 11 municípios da Madeira, incluindo o Funchal, enquanto o PS lidera as autarquias de Machico, Ponta do Sol e Porto Moniz. O CDS-PP está à frente da Câmara de Santana.
Hoje também é notícia:
O canoísta Fernando Pimenta pode tornar-se no primeiro português a conquistar três medalhas olímpicas, caso consiga subir ao pódio no K1 1.000 metros dos Jogos Paris2024.
Depois da prata em K2 1.000 metros, com Emanuel Silva, em Londres2012 e do bronze em K1 1.000 em Tóquio2020, Pimenta, de 34 anos, vai procurar entrar para a história olímpica portuguesa, e deixar para trás os atletas Carlos Lopes, Fernanda Ribeiro e Rosa Mota, e o cavaleiro Luís Mena e Silva, além de Pedro Pichardo, prata na véspera no triplo salto.
Para chegar à medalha, o limiano terá de ultrapassar primeiro a meia-final, marcada para as 11:10 locais (10:10 em Lisboa), reservada para os quatro primeiros, com a final a estar prevista para as 13:20 (12:20), na qual se poderá tornar o primeiro campeão olímpico português fora do atletismo.
Igualmente no Estádio Náutico de Vaires-sur-Marne, Teresa Portela, nos seus quintos Jogos Olímpicos, vai disputar as meias-finais de K1 500 metros, numa qualificação mais apertada do que no K1 1.000 masculino.
Depois de ter conquistado a prata em omnium, o ciclista Iúri Leitão volta ao velódromo de Saint-Quentin-en-Yvelines, para disputar, ao lado de Rui Oliveira, a prova de madison, naquela que será a estreia olímpica de Portugal na disciplina, marcada para as 17:59 (16:59).
A abertura do penúltimo dia de competições dos Jogos Olímpicos Paris2024 será feito com a maratona masculina, com a presença de Samuel Barata.
Já sem portugueses em prova no Stade de France, a bandeira portuguesa ainda vai subir, com Pedro Pichardo a receber a medalha de prata do triplo salto, pelas 18:41 locais.
CULTURA
O Museu do Coa, em Vila Nova de Foz Coa, assinala os 28 anos da criação do Parque Arqueológico com a inauguração de duas exposições coletivas em que o património da região é matéria-prima para a expressão contemporânea.
"Faca na Pedra Olhar Solar" e "Formas Feitas de Nevoeiro Vivo" são os dois projetos que vão ficar nas salas de exposições temporárias do museu até 10 de novembro. O primeiro, de Rita Castro Neves e Daniel Moreira, aborda a arte rupestre e o interior rural em que se insere; o segundo reúne peças escultóricas que se conjugam com o espaço exterior e interior do museu, e é coordenado por Samuel Ornelas, em coautoria com Ana Torrie, com participação da atriz e encenadora Sara Barros Leitão e da compositora e harpista Angélica Salvi.
O aniversário do Parque Arqueológico do Coa é ainda assinalado com a inauguração da Galeria Aberta de Oliveiras Centenárias e a apresentação do seu catálogo, a par da apresentação do projeto OliveCoa
DESPORTO
O queniano Eliud Kipchoge e a compatriota Faith Kipyegon podem reescrever a história olímpica a tornarem-se os primeiros tricampeões da icónica prova da maratona e dos 1.500 metros, se vencerem as respetivas corridas nos Jogos Paris2024.
Em mais um duelo entre os dois países africanos, a etíope Gudaf Tsegay, terceira mais rápida na distância, com 3.50,30, perfila-se como a maior adversária da queniana, que já conquistou uma medalha de prata em Paris, nos 5.000 metros, e é a única mulher a correr abaixo de 3.50 minutos.
A dupla constituída pelo catari Mutaz Essa Barshim e o italiano Gianmarco Tamberi, que repartiu o ouro em Tóquio2020, promete voltar a dar espetáculo no salto em altura, desta vez, provavelmente, com a 'intromissão' do neozelandês Hamish Kerr, enquanto o norueguês Jakob Ingebrigtsen tentará a sorte nos 5.000 metros, após ter falhado a revalidação do título olímpico nos 1.500.
A neozelandesa Lisa Carrington pode conquistar a oitava medalha de ouro, na prova de K1 500 metros, igualando o registo da alemã Birgit Fischer, a mulher mais bem-sucedida na canoagem, e ficando a apenas uma das atletas femininas mais tituladas: a ginasta russa Larissa Latynina e a nadadora norte-americana Katie Ledecky.
Palco de excelência para os heróis individuais, os Jogos oferecem hoje várias finais relevantes de modalidades coletivas, destacando-se a do basquetebol masculino, entre a França e as estrelas da NBA que representam os Estados Unidos, tetracampeões em exercício e vencedores de 16 das 20 edições do torneio.
As norte-americanas são também recordistas de títulos no futebol feminino e hoje vão tentar conquistar o quinto, na final frente ao Brasil, enquanto no voleibol masculino a seleção do país anfitrião defronta no jogo decisivo a Polónia.
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O candidato FC Porto recebe o Gil Vicente, às 20:30, no primeiro jogo oficial de Vítor Bruno enquanto treinador principal na I Liga, uma semana após a conquista da Supertaça.
O ex-adjunto de Sérgio Conceição prepara-se para a primeira época a 'solo', numa aposta da nova direção, presidida por André Villas-Boas, e quando os 'dragões' perseguem um título que lhes escapa há duas temporadas.
O jogo com os gilistas acontece depois da reviravolta 'épica' na Supertaça, em jogo em que o FC Porto virou uma desvantagem de 3-0 e venceu por 4-3, já no prolongamento, conquistando o troféu pela 24.ª vez.
Também no banco do Gil Vicente deverá estar um estreante, com o treinador Carlos Cunha, dos sub-23, a ser a solução provisória após a saída na quinta-feira de Tozé Marreco, por alegadas divergências com a administração, e antes da entrada em funções de Bruno Pinheiro.
Também hoje, entram em campo na ronda inaugural da I Liga os promovidos AVS e Nacional, que se defrontam a partir das 15:30 em Vila das Aves, e o Casa Pia e o Boavista, que jogam no Municipal de Rio Maior (18:00), casa emprestada aos casapianos.
INTERNACIONAL
Protestos antirracismo estão hoje previstos no Reino Unido em resposta aos tumultos associados a grupos de extrema-direita que abalaram o país nos últimos dias.
As autoridades britânicas continuam "em alerta máximo", apesar de a calma ter aparentemente regressado após dez dias de tumultos racistas e islamófobos em todo o Reino Unido, e o Governo trabalhista estar a contar com a celeridade da justiça, com condenações judiciais rápidas, para desencorajar novos confrontos.
Até ao momento, mais de 590 pessoas foram detidas e, destas, 150 foram acusadas pela sua participação nos protestos de extrema-direita e nas contramanifestações, segundo informou a polícia britânica.
Os protestos tiveram origem no esfaqueamento mortal de três meninas, uma delas portuguesa, e numa vaga de desinformação que apontava um jovem requerente de asilo como o responsável pelo homicídio das crianças, quando na verdade o agressor é um cidadão britânico, que fez 18 anos já quando se encontrava detido, filho de imigrantes ruandeses.
A extrema-direita reagiu com protestos violentos, marcados por pilhagens e por ataques a restaurantes de comida estrangeira ou a locais de acolhimento de migrantes.
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O socialista Salvador Illa toma hoje posse como presidente do governo regional da Catalunha, numa cerimónia em Barcelona que põe fim a 14 anos de executivos liderados por partidos independentistas nesta região no nordeste de Espanha.
A tomada de posse de Illa é também o regresso dos socialistas ao poder na Catalunha, cujo governo regional (a Generalitat) lideraram entre dezembro de 2003 e dezembro de 2010.
Nos últimos 14 anos, a Catalunha passou por uma tentativa de autodeterminação que culminou com uma declaração unilateral de independência em 2017. Este 'process', como é conhecido em Espanha, marcou e condicionou a política regional e nacional na última década, além de ter criado divisões e tensões sociais dentro da Catalunha e no resto do país.
O novo ciclo político na região que arranca hoje saiu das eleições autonómicas de 12 de maio, em que o Partido Socialista da Catalunha (PSC, estrutura regional do Partido Socialista Operário Espanhol, PSOE) foi o mais votado e os partidos independentistas perderam a maioria absoluta que tinham há mais de uma década no parlamento catalão.