Porque falham (e continuarão a falhar) os regimes socialistas/comunistas?
Na Venezuela de Maduro e do seu Partido Socialista Unidos pela Venezuela, assistiu-se a mais uma encenação democrática de um regime socialista/comunista, que resulta da decrepitude de mais uma tentativa de impor as “benesses” desta ideologia à humanidade. Inúmeras tentativas houve em mais de um século, em diversas latitudes, todas redundaram numa ruidosa falência.
Durante o regime soviético, os cidadãos utilizavam o humor arriscando piadas como uma das poucas armas para lidar com a absurdidade e repressão do regime, as ineficiências económicas, a escassez e racionamento, e os problemas sociais.
Uma das minhas favoritas é sobre o senhor que vai comprar um carro de produção soviética e o vendedor diz que apenas estará pronto daí a dez anos. “De manhã ou de tarde?”, pergunta o senhor. “O que isso importa, é daqui a 10 anos”, responde o vendedor. “É que de manhã vem o canalizador”. A ineficiência económica, resultado de um planeamento total da economia pelos estados comunistas, e a falta de incentivos de mercado, desajustam a produção e distribuição, resultando na escassez de determinados bens e excedentes inúteis de outros. A ausência de competição e a propriedade estatal dos meios de produção sufocam a inovação, e quem produz não tem o incentivo para melhorar produtos ou processos, resultando em estagnação tecnológica e económica. As reformas que se assistiram na China com Deng Xiaoping, e no Vietname (reformas Doi Moi), demonstraram que incentivar o mercado, permitir a propriedade privada e a abertura ao comércio internacional, estimulou o crescimento económico, a diminuição impressionante da pobreza e melhoria dos padrões de vida, apesar da continuidade do regime de partido único comunista e controle rigoroso sobre a “dissidência”.
Outro pecado original é a contradição com a natureza humana, traduzida na seguinte piada, contada por Ronald Reagan a Gorbachev: Quando os universitários americanos são questionados sobre o que querem fazer depois de se formarem, eles respondem: “Ainda não sei, não decidi”. Os russos respondem à mesma questão dizendo: “Não sei, não me disseram”. O comunismo preconiza a abolição da propriedade privada e distribuição equitativa dos recursos. Mas a verdade é que o progresso das sociedades e melhoria das condições de vida, têm como princípios importantes a competitividade, o querer mais e melhor, e incentivos pessoais. Os seres humanos têm interesses, ambições e competências diversificadas, e um sistema que busca homogeneizar os indivíduos e as recompensas não reconhece adequadamente essa diversidade, levando à insatisfação e à ineficiência. Por outro lado, aquando da implantação de um regime comunista, a “igualdade” fica rapidamente pervertida, pois é criado um sistema de castas em que há uma elite que governa e decide, os que se juntam a estes para ter benefícios, e os que gravitam em torno de todos os anteriores, para colher privilégios que dificilmente atingiriam por outros meios.
Nesta sequência, outras das disfunções comuns são a aparatosa burocracia que deriva do planeamento e controlo centralizado da economia e da vigilância política e social, a corrupção e nepotismo instalados devido à concentração de poder, e a rigidez, lentidão e inflexibilidade nas decisões devido às múltiplas camadas de autoridade. Talvez a melhor expressão da vida num tal regime seja a anedota acerca de 3 cães, um soviético, um polaco e um americano, que falam sobre a sua vida no período da Guerra Fria. O americano diz que nos EUA, se se ladrar muito, haverá alguém que dará um pedaço de carne. O polaco pergunta o que é carne, e o soviético pergunta o que é ladrar.