Finalmente uma luz no fundo do túnel

Após semanas de intensa negociação por parte dos partidos e candidatos na região Autónoma da Madeira finalmente foi aprovado o programa do XV Governo.

Entre trocas de Acusações, e discursos inflamados para ver quem levava a melhor sobre o ponto de vista estratégico, a direita sobrepôs-se à estranha coligação de esquerda que se deslumbrava como uma alternativa que acabou por não dar frutos.

Perante tamanha insensatez diríamos que nada mais foi tempo perdido. Esta atitude acaba penalizando sobretudo os madeirenses e os interesses regionais.

A questão fundamental é perceber se, politicamente, este tipo de estratégia é relevante para aqueles partidos que nada acrescentam e constantemente baseiam o seu raciocínio político, apenas e só, contra tudo e mais alguma coisa que possa por em causa o que os cidadãos decidiram de forma democrática.

A falta de discernimento para encontrar pontes de convergência terá certamente custos para aqueles que não quiseram colaborar contribuindo com propostas, não colocando os interesses de quem os elegeu acima dos interesses partidários

Se hoje vivemos uma crise de identidade e reconhecimento dos intervenientes da vida pública do nosso país a muito se deve a estas estratégias que em nada beneficiam a democracia e a transparência do processo democrático.

Durante este tempo perderam-se oportunidades que terão impacto na tentativa de recuperar o tempo perdido.

Por um lado a esquerda sai enfraquecida pela sua tomada de posição irredutível quando muitas das suas propostas estão plasmadas no programa que foi aprovado. Igual destino se prevê para o partido que se diz regionalista mas que na hora da verdade vira as costas a um possível entendimento.

Já do lado das extremas, depois do desaparecimento do Bloco e do PCP, o que acontece claramente é que dificilmente os cidadãos acreditarão nas palavras de quem defende uma coisa e depois faz outra, ainda que se justifique a sua acção pelo facto de contribuir para a reposição da verdade do que aconteceu nas urnas.

Urge portanto seguir em frente e aguardar pacientemente pela Implementação das medidas que foram apresentadas contribuindo desta forma para a continuidade do crescimento económico da Região. Do ponto de vista social o grande desafio será diminuir o fosso social e redistribuir a riqueza em prol das famílias e das classes que mais suportam esta situação, mantendo, ainda assim, o crescimento económico baseado nos pilares do investimento privado.

Resumindo, a política regional necessita claramente de intervenientes que não coloquem em causa a subsistência de uma Região em prol dos seus interesses. Mais transparência e menos umbigo necessita-se e é o caminho para a manutenção de um sistema democrático forte, maduro e de confiança perante todos os cidadãos.

António Pedro de Jesus Nunes de Freitas