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Bielorrússia e China realizam manobras militares perto da fronteira com Polónia

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Foto DR/Arquivo

A Bielorrússia está a receber tropas da China para um exercício militar conjunto perto da fronteira com a Polónia, país membro da NATO, informaram hoje autoridades militares bielorrussas e chinesas.

O exercício de 11 dias denominado Eagle Assault 2024 começou na segunda-feira num campo de tiro na região de Brest, perto da Polónia.

A decisão surge antes da cimeira da NATO em Washington, que se iniciou hoje, e depois de a Bielorrússia ter aderido, na semana passada, a uma organização de segurança regional liderada pela China e pela Rússia.

O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, que governa o país de 9,5 milhões de habitantes com mão de ferro há três décadas, tem reforçado ligações com a Rússia, principal parceiro e aliado, mas agora procura também estreitar relações com a China.

Lukashenko tornou-se um pária no Ocidente depois de desencadear uma repressão brutal contra a oposição em resposta aos protestos populares em 2020, desencadeados pela sua contestada reeleição, que a oposição e o Ocidente denunciaram como fraudulenta.

O líder bielorrusso também permitiu que a Rússia usasse o seu país como palco para a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, e, em 2023, a Rússia também transferiu algumas das suas armas nucleares táticas para a Bielorrússia.

Perante as sanções ocidentais, Lukashenko tem acusado repetidamente a NATO de intenções hostis.

"O nosso país toma todas as medidas necessárias para evitar uma escalada, mas responderemos duramente a qualquer tentativa de violação de nossa fronteira", prometeu o Presidente bielorrusso.

O Ministério da Defesa da Bielorrússia informou hoje que, como parte do exercício conjunto, as tropas bielorrussas e chinesas praticarão operações de assalto aerotransportado, travessia de rios e combate em áreas residenciais.

"A situação no mundo é perigosa e, por isso, estamos a praticar novas formas e métodos de resolução de tarefas táticas", explicou Vadzim Dzenisenka, chefe do comando de operações especiais militares bielorrussas.

Um comunicado do Ministério da Defesa chinês acrescentou que a operação militar também permitirá a prática de resgate de reféns e de ações antiterroristas.

A Bielorrússia aderiu na semana passada à Organização de Cooperação de Xangai, criada em 2001 pela China e pela Rússia para discutir questões de segurança na Ásia Central e em toda a região.