Anunciados este ano três projectos de media destinados à comunidade brasileira
A forte e crescente comunidade brasileira em Portugal já despertou o interesse de grupos de média nacionais e do Brasil, que só nos primeiros seis meses deste ano anunciaram pelo menos três projetos dirigidos àquele público.
Entre os três projetos, incluem-se os dois mais recentes investimentos dos jornais generalistas portugueses Diário de Notícias e Público, o DN Brasil, que arrancou no início do mês de junho, e o Público Brasil, que começará a sua fase experimental a 12 de agosto próximo, respetivamente.
O DN Brasil tem todas as segundas-feiras, na edição papel do diário de notícias, uma ou duas páginas, conforme a atualidade noticiosa para a comunidade brasileira, perfeitamente identificadas e escritas em português do Brasil, além de um suplemento e de um site.
O Público vai lançar em 12 de agosto um projeto de informação dirigido à comunidade imigrante do Brasil em Portugal, em parceria com seis jornalistas brasileiros e acessível por telemóvel, disse à lusa o diretor do jornal, David Pontes.
No início deste ano, já tinham nascido a revista e o site Brasil Já, um projeto de investidores brasileiros, que, tendo como público-alvo os imigrantes de língua portuguesa em geral, como disse na altura à lusa o diretor de informação da publicação, Nonato Viegas Pereira, é, no entanto, mais dirigido para a comunidade imigrante brasileira.
Nonato Viegas explicou então que os investidores brasileiros do projeto perceberam que havia uma área de negócio (...) para imigrantes de língua portuguesa, especialmente brasileiros".
Seis meses após o lançamento do projeto, o diretor disse que este está a "correr bem", mas não adiantou números. O site, tem muitos leitores noutros países, mas mais ainda em Portugal, assegurou.
Para Nonato Viegas "é boa a concorrência". "Faz a gente melhorar a qualidade, ficar de olho. Mas, (...) a gente faz um jornalismo um pouco mais lento do que o do DN Brasil e do que pretende ser o do Público Brasil. (...) É um jornalismo mais pensado", acrescentou.
Para o diretor da Brasil Já, a comunidade imigrante brasileira em Portugal tornou-se "um segmento relevante da sociedade", que está a fazer surgir outros meios de comunicação".
O advogado luso-brasileiro Bruno Guttman, que vive em Portugal, considera este movimento de investimento dos média virado para a comunidade brasileira como "natural", porque há uma procura, "até cultural", por parte dos imigrantes brasileiros, lembrando que no Brasil também surgiram vários meios vocacionados para a comunidade portuguesa naquele país, quando aquela cresceu.