PGR rejeita ter imposto adiamento da audição no parlamento
A procuradora-geral da República disse hoje ser "absolutamente falso" que não estivesse disponível para ser ouvida pelos deputados na data proposta pelo parlamento.
"Tem sido muito repetido, enfatizado, que não vou de bom grado à Assembleia da República e que pedi o adiamento da audição. Não é verdade, é absolutamente falso", disse Lucília Gago.
No final da entrevista que hoje deu à RTP, a PGR fez questão de prestar este esclarecimento, após ter sido criticada por protelar a audição parlamentar para quando estiver concluído o relatório de atividades do Ministério Público (MP) de 2023.
Na entrevista, Lucília Gago leu a resposta enviada ao parlamento, na qual sugere o adiamento para quando o relatório estiver concluído, uma vez que o escrutínio ao seu conteúdo consta dos requerimentos aprovados para que fosse ouvida, mas admite disponibilidade para "comparecer na data proposta" pelo parlamento, ou seja, antes da conclusão do documento.
Também o jornalista da RTP, Vítor Gonçalves, que conduziu a entrevista, deu nota na abertura de que a entrevista foi agendada antes da aprovação da audição no parlamento.
A entrevista de hoje foi a primeira de Lucília Gago num mandato de seis anos que termina em outubro, o que justificou com a recusa do que chamou de "espalhafato", afirmando nunca ter tido "o culto da imagem" ou "da popularidade": "Não preciso do estrelato".
Afirmou que procurou fazer do seu mandato um "contributo sério para o que constituem os problemas da justiça" e "com retidão" dar "um contributo útil" ao MP.
Questionada sobre se o silêncio que marcou o seu mandato e a ausência de explicações não poderiam ser interpretados como arrogância, a PGR respondeu: "Sei que foi, muitas vezes terá sido".
"Desde cedo houve a preocupação de dotar o gabinete de imprensa de mais elementos. Poderia ter sido dada uma entrevista, poderia ter evoluído para aí, nunca pensei que a crítica fosse tão forte nesse campo", disse.