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PGR manifesta desagrado com declaração do PR sobre coincidência de datas de inquérito

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Foto Global Imagens

A procuradora-geral da República (PGR) rejeitou hoje qualquer "maquiavelismo" ou concertação de datas na abertura do inquérito ao caso das gémeas e buscas na 'Operação Influencer', revelando desagrado, desconforto e perplexidade com declarações do Presidente da República.

Em entrevista à RTP, Lucília Gago foi questionada sobre as declarações do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, num jantar informal com correspondentes estrangeiros em Portugal.

Nesse jantar, o chefe de Estado considerou "maquiavélico" que o inquérito instaurado ao caso das gémeas luso-brasileiras tratadas em Portugal com o medicamento Zolgensma -- e no qual é questionada a intervenção do Presidente da República -- e as buscas que tornaram pública a 'Operação Infuencer' - que levou à demissão do ex-primeiro-ministro António Costa - tenham acontecido no mesmo dia, 07 de novembro.

Na entrevista de hoje, a PGR escusou-se a tecer comentários ao alegado maquiavelismo na coincidência de datas nos dois casos, mas rejeitou qualquer concertação por sua iniciativa ou de qualquer magistrado do Ministério Público (MP), afirmando que não são usados "critérios desse tipo".

"Quero esclarecer sem margem para qualquer dúvida que não há critérios desse tipo no MP. (...) Não recebi com agrado [as declarações sobre maquiavelismo]. As declarações fazem criar na opinião pública um propósito de concertação de datas. Quero vincar que não existiu de todo. Muito menos da minha parte, como calcula, não sou eu que registo inquéritos", disse Lucília Gago.

A PGR esclareceu ainda que na manhã de 07 de novembro, quando se dirigiu ao Palácio de Belém para informar Marcelo Rebelo de Sousa sobre as diligências em curso na 'Operação Influencer' e já com o comunicado para a comunicação social finalizado, incluindo o parágrafo relativo ao inquérito que visava António Costa, não sabia ainda da instauração do inquérito ao caso das gémeas.