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Bardella saúda "avanço histórico" e critica quem atirou "país para extrema-esquerda"

FOTO CHRISTOPHE PETIT TESSON/EPA
FOTO CHRISTOPHE PETIT TESSON/EPA

O líder da União Nacional, Jordan Bardella, salientou hoje que o partido registou o seu "maior avanço na história", duplicando o número de deputados, e criticou "os arranjos eleitorais" que "atiraram a França para os braços da extrema-esquerda". "Apesar de uma campanha de segunda volta marcada por alianças contranatura - que procuraram de todas as maneiras impedir os franceses de escolher livremente uma política diferente - a União Nacional (Rassemblement National, em francês) realizou hoje o avanço mais importante de toda a sua história", declarou Jordan Bardella no pavilhão de Chesnaye du Roi, no sudeste de Paris, onde está a decorrer a noite eleitoral do partido.

Para o líder da União Nacional, "a aliança da desonra e os arranjos eleitorais perigosos negociados por Emmanuel Macron e Gabriel Attal com as formações de extrema-esquerda impedem os franceses de uma política de recuperação nacional". "Esta noite, os acordos eleitorais atiraram a França para os braços da extrema-esquerda de Jean-Luc Mélenchon", afirmou Jordan Bardella, perante os apupos dos militantes da União Nacional, acrescentando que o facto de a União Nacional ter ganho a primeira volta e duplicado o seu número de deputados são "elementos constitutivos de uma vitória amanhã".  "Tendo em conta a política que vai ser aplicada nos próximos meses, e que não vai responder a nenhuma das preocupações dos franceses, a União Nacional incarna a única alternância perante o partido único", afirmou.

Bardella defendeu que, "ao assumir deliberadamente a vontade de paralisar" as instituições franceses, o Presidente da República, Emmanuel Macron, "não empurrou apenas o país para a incerteza e instabilidade, mas também priva os franceses de obterem qualquer resposta para as suas dificuldades do dia-a-dia". "Em plena crise do poder de compra, e enquanto a insegurança e a desordem atingem o país, a França vê-se privada de uma maioria e de um Governo para agir e, portanto, de uma direção clara", frisou.

O líder da União Nacional voltou a criticar "os arranjos eleitorais, orquestrados desde o palácio do Eliseu entre um Presidente da República isolado e uma extrema-esquerda incendiária", sustentando que "não vão levar o país a lado nenhum". "Eu sei a frustração de milhares de franceses esta noite, sei a urgência que sentem no seu quotidiano e o que esperam, e quero dizer-lhes que, depois de muitos meses, um vento de esperança levantou-se no país e não vai deixar de soprar", disse.

Bardella assegurou que nos próximos meses, a União Nacional vai "ampliar o seu trabalho", seja na Assembleia Nacional, "na alternativa democrática que vai chegar" ou no Parlamento Europeu, anunciando que a partir desta segunda-feira, os eurodeputados do partido vão integrar "um grande grupo", sem especificar qual. "A União Nacional é diferente dos outros: não vai entrar em nenhum compromisso político. Hoje, como amanhã, vamos estar juntos do povo francês, preparados para assumirmos responsabilidades", frisou.

O líder da União Nacional acrescentou que o partido "não quer o poder só pelo poder", mas para "o devolver ao povo francês, restaurar a soberania da nação e levar a cabo uma política de recuperação que tirará a França do marasmo em que se encontra". "Estarei aqui convosco até à vitória. Esta noite, tudo começa: um mundo antigo desmoronou-se e nada pode para um povo que voltou a ter esperança", concluiu.