DNOTICIAS.PT
Artigos

Confiar no governo traindo os eleitores

Claro que a Luta por melhores condições de vida para os nossos conterrâneos fica mais difícil. Mas não impossível

Na passada quinta-feira foi aprovada uma Moção de Confiança ao Governo Regional da Madeira e ao seu programa político. Tudo seria normal se não estivéssemos a falar de um voto de Confiança a um governo cujo principal responsável é arguido num processo judicial de alegada corrupção.

Depois de ‘bradarem aos céus’ contra a corrupção e de terem jurado pelas suas mãezinhas que nunca confiariam neste governo, eis que Deputados de algumas forças políticas ‘enfiam a viola no saco’, dão o ‘dito por não dito’, mandam os eleitores ‘à fava’ e, alegremente, manifestam a sua confiança numa governação que juraram combater. Pena que uma parte importante do eleitorado tenha confiado o seu voto aos Judas que, jurando “limpar a Madeira da Corrupção”, acabaram rendidos e seduzidos por promessas vazias e que apenas servem para legitimar a continuação do compadrio, da falta de transparência e dos favorecimentos. Favorecimentos esses, se calhar, extensivos a estes traidores do povo que apenas se querem servir dele. Mas também, convenhamos, que só se deixa enganar pela extrema-direita fascista e antidemocrática quem quer. Os avisos foram tantos e quem alertou para os perigos do crescimento do CHEGA estava, infelizmente, certo. Mas não foi apenas o partido de extrema-direita que deu um novo fôlego a este governo. Triste é que quem, na legislatura passada, enchia o peito para ‘bradar aos quatro ventos’ que era “o tampão” para impedir a entrada da extrema-direita na órbita da governança, tenha-se sentado à mesa com o CHEGA a negociar a melhor forma de perpetuar um governo sobre o qual pendem suspeitas de corrupção gravíssimas. Sim, o PAN depois de fingir tanto ser diferente, acabou por demonstrar o que é isso de ser “um partido de causas” e lá foi de braço dado com o CHEGA, com a INICIATIVA LIBERAL, com o CDS e com o PSD, todos felizes e contentes, oficializar um casamento que, tudo indica, se perpetuará para além da aprovação do orçamento regional. A Luta na rua tem que ser intensificada: após grande parte dos eleitores terem “varrido” a Esquerda do Parlamento, os madeirenses ficaram sem aqueles que, na Assembleia Legislativa, sempre defenderam os trabalhadores e os seus direitos, sempre lutaram contra a pobreza e a degradação das condições de vida do nosso povo, sempre defenderam mais justiça social e igualdade de direitos. Claro que a Luta por melhores condições de vida para os nossos conterrâneos fica mais difícil. Mas não impossível: a Esquerda tem que reinventar-se e levar a Luta para as ruas e para todos os locais onde os Homens e Mulheres de Esquerda intervêm. Juntos construiremos uma Região Melhor, na Luta conta os vendidos e os traidores do Povo!