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Madeira

Ponta do Sol sensibiliza para o combate às plantas invasoras que ameaçam a Laurissilva

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"Pela protecção da Floresta Laurissilva da Madeira é urgente o combate às plantas invasoras" é o nome da campanha que a Câmara Municipal da Ponta do Sol irá apresentar, este fim-de-semana, na Feira dos Municípios, conforme avançou o DIÁRIO na edição impressa de hoje. O evento está integrado no '24 Horas a Bailar', que decorre a 6 e 7 de Julho, em Santana, com o tema os '25 anos da Laurissilva como Património da UNESCO'.

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“É importante consciencializarmos a população em geral para os perigos das plantas invasoras que ameaçam a nossa Floresta Laurissilva e exigir que quem tem responsabilidades nesta área actue de forma célere e eficaz”, explica a presidente Célia Pessegueiro, citada em comunicado de imprensa.

A Laurissilva, lembra, "é uma floresta indígena protegida e estende-se pelos concelhos do Porto Moniz, Calheta, Ponta do Sol, São Vicente, Machico e Santana". Todavia, "diversas áreas protegidas, como é o caso do Paul da Serra, na Ponta do Sol, outrora ocupadas por flora indígena, estão gravemente comprometidas pelas plantas invasoras".

As espécies invasoras são responsáveis por graves danos nos habitats naturais e por alterações significativas na biodiversidade, levando por vezes à extinção de espécies nativas.

Esta situação "ameaça não só a floresta Laurissilva ainda presente nas proximidades, mas também a segurança da população. O grande planalto da ilha, que deveria estar ocupado por Urzal (urzes, uveira e sorveira, entre outras plantas), está completamente dominado pela giesta e pela carqueja”, reforça Célia Pessegueiro, acrescentando que "a Laurissilva e o Urzal são muito importantes para a captação da água do nevoeiro e outros processos de precipitação oculta”.

A autarca chama também à responsabilidade o Governo Regional, nomeadamente através do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza (IFCN).

"A Legislação Nacional demarca que são os municípios que têm competências na gestão e protecção florestal, mas na Região Autónoma da Madeira essas competências são exclusivas do Governo Regional. O IFCN tem, nesta matéria a competência de controlo de plantas invasoras e a sua erradicação no seio da Laurissilva, a recuperação de zonas degradadas e reflorestação com plantas indígenas e a realização de acções de sensibilização para protecção da floresta", evidencia.

“No entanto, apesar dos milhões investidos, os resultados estão à vista, bastando uma passagem pelas nossas serras, para concluirmos que o trabalho desenvolvido pelo Instituto de Florestas e Conservação da Natureza, em termos de controlo das plantas invasoras, está a ser insuficiente” aponta Célia Pessegueiro, que considera imperativo "uma resposta diferente da que tem sido seguida, há anos, sem sucesso".

A autarca exige "uma resposta mais eficaz e estruturada, que actue na defesa do nosso território e da floresta Laurissilva em particular, um património natural da Humanidade que existe há milhões de anos, confiado há 25 anos à nossa guarda pela UNESCO".