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O Centro de Recepção do Rabaçal é o mais recente dos três espaços do género existentes na Madeira. 
Madeira

Portas de entrada para espaços naturais fechadas ao fim-de-semana

A Madeira possui, actualmente, três espaços que funcionam como centros de recepção e verdadeiras portas de entrada nos diferentes espaços naturais da Região, onde os visitantes, estrangeiros ou locais, podem ter acesso a informação diversa sobre as actividades que ali podem ser praticadas, nomeadamente os percursos pedestres, mas, também, sobre a flora, a fauna ou a geologia madeirenses, particularmente dos espaços onde se inserem, entre outros aspectos.

Incluem-se neste conjunto o Centro de Recepção do Rabaçal, situado no concelho da Calheta e o mais recente dos três; o Centro de Recepção das Queimadas, localizado no Parque Florestal das Queimadas, em Santana; e o Centro Freira-da-Madeira Dr. Rui Silva, no Pico do Areeiro.

Estes três espaços estão sob a alçada do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN), que, ao DIÁRIO, fez saber que apenas Centro de Recepção das Queimadas funciona todos os dias da semana, no horário entre as 9 e as 19 horas, sobretudo porque tem no seu interior a caixa de pagamento do parque de estacionamento local, enquanto os outros dois estão encerrados aos sábados, domingos e dias feriado. No caso do Centro de Recepção do Rabaçal, o seu horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, entre as 10 e as 17 horas; já o Centro Freira-da-Madeira Dr. Rui Silva funciona nos dias úteis, entre as 9 e as 16 horas.

Cada um destes centros apresenta alguma informação sobre a área onde se inserem, que inclui algumas notas sobre o coberto vegetal e sobre as espécies animais e vegetais predominantes, e disponibilizam algum material sobre as actividades que mais se praticam na área natural respectiva.

No caso dos percursos pedestres, uma das actividades mais procuradas, tanto por turistas, como por madeirenses, é sobretudo o centro do Rabaçal que mais destaque dá aos trilhos existentes naquela zona do concelho da Calheta, pois o das Queimadas ou o do Areeiro, muito pouco têm para apresentar aos visitantes nesse âmbito, ainda que se situem junto a dois dos mais procurados itinerários de sempre, a levada do Caldeirão Verde e a vereda do Pico do Areeiro para o Pico Ruivo, respectivamente.

Conforme notou o IFCN, na informação disponibilizada ao DIÁRIO sobre estes espaços, os centros de recepção “estão localizados em áreas protegidas ou espaços naturais de relevo, intrinsecamente atractivos, quer pela sua riqueza biológica, geológica e paisagística, mas também pela sua história e aspetos culturais associados”. Por esse motivo, essas estruturas “situam-se estrategicamente em pontos de visitação conhecidos pela população local e turistas, associados a miradouros, Parques Florestais e Áreas de Lazer, Quintas ou pontos de início ou fim de Percursos Pedestres Classificados”, adianta o gestor.

Nesse sentido, estes polos de recepção servem para “informar e orientar os visitantes, para além de divulgar e de consciencializar sobre o Património Natural existente”, e alguns deles “são locais por excelência para actividades de educação ambiental com grupos escolares e outros grupos de interesse”.

Floresta Laurissilva e levadas em destaque no Rabaçal

Criado em 2022, o Centro de Recepção do Rabaçal destaca-se, sobretudo, pelas exposições permanentes dedicadas à história das águas do Rabaçal e das levadas que ali se construíram, bem como à floresta Laurissilva, Património Mundial Natural da UNESCO há 25 anos.

Este espaço, que apenas funciona nos dias úteis, entre as 10 e as 17 horas, resulta da recuperação e adaptação do imóvel contíguo à antiga Casa de Abrigo do Rabaçal e actual bar/cafetaria com alojamento. No seu interior, além das referidas exposições permanentes, foi instalada, também em 2022, uma mesa interactiva “com informação múltipla e diversa relativa às áreas e actividades inerentes ao IFCN, onde se incluem os percursos classificados”, estrutura que custou quase 10 mil euros.

Freira-da-Madeira e o Maciço Montanhoso privilegiados no Areeiro

O Centro Freira-da-Madeira Dr. Rui Silva, insere-se na área protegida do Maciço Montanhoso e funciona como um polo de informação, interpretação e recepção de visitantes num dos pontos turísticos mais procurados da Madeira, o Pico do Areeiro.

Integrado no edifício onde funcionam, também, uma cafetaria e a loja de ‘souvenirs’, este centro foi criado em 2012 e actualmente está aberto de segunda a sexta-feira, entre as 9 e as 16 horas.

No seu interior, além de material divulgativo do património natural da Região, com destaque para as diversas áreas protegidas e sua biodiversidade, como é o caso da ave marinha endémica da ilha da Madeira, freira-da-madeira (‘Pterodroma madeira’), que apenas nidifica nas proximidades.

A exposição permanente é alusiva, precisamente, a esta ave e ao seu habitat, contemplando, também, um pequeno núcleo museológico e biográfico referente a Rui Silva, pioneiro do montanhismo e escalada na Região, que empresa o nome ao centro. Informa o IFCN que, neste momento, esse “espólio museológico está a ser alvo de recuperação, pelo que não está disponível ao visitante”.

Espaço nas Queimadas com pouca informação

No rés-do-chão da Casa das Tradições Madeirenses funciona, desde 2018, o Centro de Recepção das Queimadas, espaço que, na teoria, foi criado para disponibilizar informações sobre a floresta Laurissilva, o Parque Florestal das Queimadas e os Percursos Pedestres associados, mas é visto, pelos visitantes, sobretudo como local para pagamento do parque de estacionamento.

Dos três centros existentes, este é o único que está aberto todos os dias da semana, das 9 às 19 horas no Verão, e, no Inverno, das 9 às 18 horas. Os visitantes com quem o DIÁRIO conversou deram conta da pouca informação que ali é disponibilizada.

Ainda assim, o IFCN nota que em todos estes espaços “trabalham funcionários do IFCN que informam sobre os assuntos relacionados com a área onde exercem funções”, além disso, em todos eles é possível adquirir material divulgativo (‘merchandising’) do Instituto. “Pontualmente, os Centros podem encerrar, por motivo de férias ou por trabalho externo dos funcionários”, ressalva a entidade gestora.

Além destes três centros, no passado existiu, também, um espaço com papel semelhante na Ponta de São Lourenço, no Caniçal, o Centro de Recepção Casa do Sardinha, na infraestrutura que, desde 2017, alberta a cafetaria que existe no final do muito concorrido percurso pedestre daquela península.

Tal como se pode ler na página do IFCN, na Internet, da qual ainda consta o referido centro, esse espaço foi remodelado em 2010, “dado o elevado número de visitantes e objectivando a existência de uma população ainda mais informada, interventiva e capaz de usufruir, quer do ponto de vista do lazer, quer do ponto de vista económico, de forma equilibrada com os bens naturais”.

Ainda neste âmbito, merecem referência neste âmbito o Centro de Informação do Núcleo dos Dragoeiros das Neves, em São Gonçalo, que funciona desde 1996, como um local de informação ambiental, centro de recepção e polo de dinamização de actividades relacionadas com a conservação da natureza e biodiversidade; bem como o Centro Florestal da Macaronésia, no interior da Quinta do Santo da Serra, e que foi criando em 2021, com o objectivo de informar e divulgar o trabalho desenvolvido em prol da floresta do arquipélago da Madeira.

No caso do ‘Núcleo dos Dragoeiros’, funciona de segunda a sexta-feira, das 9 às 12h30 e das 14 às 17h30. É partir deste local que são promovidas e realizadas todas as actividades de Educação Ambiental do IFCN, existindo ali um jardim de plantas indígenas e endémicos, que pode ser visitado, gratuitamente, no seu horário de funcionamento.

Por sua vez, o Centro, no Santo da Serra, está aberto todos os dias da semana, entre as 9 e as 16 horas, com o visitante a percorrer o espaço de forma autónoma.