Farinha do mesmo saco

Com o voto de abstenção, daquele (Chega) que se intitula de extrema-direita e se diz combatente da corrupção, o Governo Regional da Madeira liderado por Miguel Albuquerque constituído arguido na mega-operação anticorrupção levada a cabo pelo MP e PJ em Janeiro deste ano, viu aprovado o seu programa de governo.

André Ventura e o seu empregado na Madeira, que gritaram aos sete ventos que não viabilizariam um governo liderado por Miguel Albuquerque, deixaram hoje que ele passasse na Assembleia Legislativa da Madeira.

E a pergunta põe-se. Porquê?

Que contrapartidas lhes foram oferecidas?

Se não vierem a público explicar esta mudança radical de ultima hora, qualquer cidadão tem direito a supor que é tudo farinha do mesmo saco, como diz o sábio povo e que a gritaria de Ventura é só para impressionar e marcar terreno que sente fugir-lhe dos pés.

Mas desta cambalhota fica uma marca - (pela primeira vez em Portugal um Governo é presidido por um arguido sobre o qual recaem suspeitas graves de corrupção), com alguém escreveu.

Como diria o saudoso Fernando Pessa - E esta hem? Ventura.

Jorge Esmeraldo Gouveia