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Madeira

Promessa de contratação de 200 enfermeiros na Madeira deixa bastonário satisfeito

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O bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Luís Filipe Barreira, saiu satisfeito da audiência que manteve esta manhã, na Quinta Vigia, com o presidente do Governo Regional, uma vez que recebeu a informação que "brevemente", "após a aprovação do orçamento", vai abrir um concurso na Madeira para contratação de "perto de 200 enfermeiros".

Segundo o bastonário, esta medida vai permitir atenuar o problema da falta de enfermeiros que constatou na visita que efectuou ontem aos serviços do Hospital Dr. Nélio Mendonça e do Hospital dos Marmeleiros. "Este concurso vai colmatar essas necessidades em cuidados de enfermagem e resolve muitas das situações, porque encontramos enfermeiros já desgastados e exaustos pelo número de horas extraordinárias que têm por mês. A entrada destes novos profissionais vai permitir que os enfermeiros possam gozar as duas folgas semanais a que têm direito", disse Luís Filipe Barreira, que considera que parte dessas vagas poderão ser preenchidas pelos 80 novos licenciados que no final do corrente mês terminam a sua formação nas escolas de enfermagem da Madeira.

Na avaliação do bastonário, a audiência com Miguel Albuquerque, na qual participou também o secretário Pedro Ramos, "correu bem" por outro motivo. É que recebeu a garantia que será aberto um concurso para colocar 64 enfermeiros especialistas da Madeira na respectiva categoria profissional. "Temos tido ao longo destes últimos anos, alguma sensibilidade por parte do Governo Regional relativamente aos enfermeiros. No continente, temos um número muito mais elevado de enfermeiros especialistas que não têm a categoria [reconhecida]", assumiu Luís Filipe Barreira.

Na reunião foi ainda abordada a questão das chamadas 'altas problemáticas' ou 'casos sociais', de utentes que já tiveram alta médica mas continuam a ocupar camas nos hospitais da Madeira. A este propósito, os representantes do executivo madeirense a criação de 12 unidades de apoio domiciliário, que "podem retirar alguma pressão aos internamentos e ao serviço de Urgência", uma vez que vão "permitir que muitos doentes que estão hospitalizados possam ser cuidados" em casa.

A nível nacional, com o novo governo, o bastonário ficou com boa impressão dos primeiros sinais que recebeu do Ministério da Saúde, que está "motivo por fazer reformas importantes". A Ordem dos Enfermeiros apresentou 16 propostas à ministra da Saúde e algumas delas ficaram integradas no recentemente apresentado plano de emergência para a saúde, caso da competência e autonomia atribuídas aos enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica para fazer a vigilância das gravidezes de baixo risco.

Ainda no plano nacional, a Ordem elege duas questões como prioritárias. Por um lado, a melhoria do acesso aos cuidados de saúde, sendo que os enfermeiros especialistas podem desempenhar um papel importante no exercício das suas funções e competências e libertar os médicos para outras actividades. Por outro lado, os enfermeiros reivindicam uma valorização salarial e de carreira, bem como uma política de contratação de enfermeiros mais eficaz, para evitar uma fuga de profissionais para o estrangeiro. "Não podemos pedir mais aos enfermeiros e pagar-lhes exactamente o mesmo que estamos a pagar", explicou Luís Filipe Barreira, que lembrou que o Ministério da Saúde reconhece que há escassez de 14 mil enfermeiros no país.

"A Região tem dado passos significativos em relação àquilo que são as condições dos enfermeiros. Mas se nós conseguirmos alterar com o Ministério da Saúde a grelha salarial e a carreira, obviamente também vamos beneficiar os enfermeiros da Madeira", concluiu o representante da classe.