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Assembleia Legislativa Madeira

Deputada do Chega votou contra “de acordo com a orientação nacional”

Magna Costa não acompanhou o sentido de voto da bancada parlamentar do Chega (abstenção) e votou contra.
Magna Costa não acompanhou o sentido de voto da bancada parlamentar do Chega (abstenção) e votou contra., Foto Hélder Santos/ASPRESS

A deputada do Chega, Magna Costa, justificou, à saída do plenário, que votou contra o programa de governo, porque recebeu essa indicação da parte do líder nacional, André Ventura. Uma posição que contraria a que foi assumida pelos outros três deputados da bancada parlamentar, liderada por Miguel Castro.

"De repente parece que as coias mudaram e eu fiz o papel da pessoa que teria de cumprir com a palavra, que era voto contra" Magna Costa, deputada do Chega

Questionada pelos jornalistas sobre se vai manter o mandato de deputada eleita pelo Chega, Magna Costa respondeu que vai manter o seu lugar na bacada parlamentar. “Claro que sim, não houve qualquer incompatibilidade em relação àquilo que foi a minha votação, que foi de acordo com a orientação nacional e daquilo que nós defendemos desde o início”, justificou.

Sobre colisão interna e a dissonância relativamente à posição do líder parlamentar, Miguel Castro, acusado de exclui-la das decisões internas, conforme o DIÁRIO avançou hoje em manchete na edição impressa, Magna Costa manteve o tom crítico relativamente à abstenção dos três colegas de bancada. “É que não foram carne, nem foram peixe, como alguns costumam dizer, porque a decisão ou é, ou não é! Portanto há que honrar a palavra desde o início ao fim. É não! Connosco não passará”.

A parlamentar admitiu ter conversado com André Ventura e que partiu do líder nacional a orientação de voto contra que viria a furar a disciplina de voto da bancada do Chega Madeira. "Eu tive orientação na parte final do debate, que seria o voto contra", assumiu.

Os outros três deputados da bancada parlamentar do Chega abstiveram-se. 

O parlamento madeirense aprovou o Programa do XV Governo Regional, com 22 votos favoráveis do PSD, do CDS-PP e do PAN, 21 votos contra do PS, do JPP e da deputada Magna Costa do Chega, e quatro abstenções do Chega e da IL.

A viabilização do documento apresentado pelo executivo social-democrata saído das eleições regionais de 26 de Maio chegou a estar em risco, uma vez que o Chega indicou inicialmente o voto contra o documento, tal como o PS e o JPP. Juntos, os três partidos teriam 24 deputados, o que constitui uma maioria absoluta.

A deputada do Chega Magna Costa votou contra a proposta depois de o líder regional do partido, Miguel Castro, ter referido que não havia liberdade de voto.

Esta é a primeira legislatura na história da democracia madeirense em que o PSD não tem maioria absoluta sozinho ou com outras forças. O partido, com 19 eleitos, tem um acordo parlamentar com o CDS que lhe permite o apoio de mais dois deputados.