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Eleitores do Reino Unido querem derrotar conservadores mas nem todos são trabalhistas

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FOTO ANDY RAIN/EPA

Um fluxo constante numa mesa de voto situada numa escola primária em Londres mostrava esta manhã a determinação de muitos eleitores em garantir a derrota do governo conservador nas eleições legislativas britânicas, embora nem todos fossem apoiantes trabalhistas. 

"Votei nos Verdes porque me sinto mais alinhada com as políticas deles, mas espero que o Partido Trabalhista ganhe", afirmou Nicole à Agência Lusa à saída da escola de Highbury Quadrant. 

Esta jovem britânica admitiu que se sentiu mais confiante a fazê-lo devido às sondagens que preveem uma vitória esmagadora do 'Labour' liderado por Keir Starmer, e questiona-se se muitas pessoas farão como ela. 

Ao lado, o namorado revela que votou em Jeremy Corbyn, o antigo líder trabalhista que concorreu como independente depois de ter sido expulso por questionar uma investigação sobre antissemitismo no partido. 

"Ele é um bom deputado, que sempre ajudou as pessoas localmente, independentemente do que se passou", explicou Jack, que até agora tinha votado no Partido Trabalhista. 

Corbyn representa o círculo eleitoral de North Islington, norte de Londres, desde 1983, tendo sido reeleito em 2019 com 64,3% dos votos.

À porta da escola, Paddy e David estão a trabalhar como "tellers", voluntários que recolhem os números dos eleitores para perceberem quem não votou e encorajá-los a votar. 

Ambos são militantes trabalhistas, mas Paddy apoia Corbyn e David o Partido Trabalhista. 

"As pessoas estão confusas porque Jeremy Corbyn foi do 'Labour' durante todos estes anos e nem todas as pessoas percebem que agora é independente", disse David. 

Confirmando uma participação mais elevada do que o costume, ambos estão convencidos de que Corbyn vai ganhar nesta área. 

Na circunscrição vizinha de Hackney South and Shoreditch, Morgan votou no Partido Trabalhista, mas não está confiante de que será a "avalanche" que as sondagens prevêem. 

"Muitas pessoas não estão estar prontas para uma mudança do governo e o número elevado de indecisos torna o resultado difícil de prever", disse o eleitor à Lusa. 

Este círculo tradicionalmente trabalhista é representado pela deputada Meg Hillier há 19 anos, que foi reeleita confortavelmente em 2019 com 73,3% dos votos.  

Acabado de votar na Câmara Municipal de Stoke Newington, Rob mostrou-se "desiludido por não poder votar em Corbyn", pouco convencido com a liderança de Keir Starmer. 

Porém, acrescentou o que vários outros eleitores expressaram à Lusa: "Mas ele é melhor do que os 'tories' (conservadores) e espero que sejam arrasados". 

Milhões de eleitores do Reino Unido estão a votar nas eleições legislativas para escolher os 650 deputados que terão assento no parlamento nos próximos cinco anos. 

As urnas abriram às 07:00 e vão fechar às 22:00. Antes do início da votação presencial, centenas de milhares de pessoas já tinham votado por correspondência.

O primeiro-ministro e líder do Partido Conservador, Rishi Sunak votou pouco depois da abertura das urnas no seu círculo eleitoral em Yorkshire, no norte de Inglaterra.

O líder do Partido Trabalhista Keir Starmer, votou pouco depois, também de manhã, no círculo de Holborn and St Pancras, na capital britânica. 

Múltiplas sondagens foram unânimes em prever que, após 14 anos no poder, os conservadores de Rishi Sunak deverão perder para o principal partido da oposição, o Partido Trabalhista, de centro-esquerda, liderado por Keir Starmer.

Logo após o encerramento das urnas, uma sondagem realizada à boca das urnas encomendada pelos principais canais de televisão do Reino Unido deverá dar uma indicação do resultado provável.

A contagem dos votos começará imediatamente, mas a maior parte dos resultados só será anunciada na madrugada de sexta-feira.