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Emigrantes e descendentes portugueses receiam extrema-direita no poder

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Emigrantes portugueses e franceses de origem portuguesa apelam para que a história "a história não se repita no país que os acolheu", preocupados em ter o partido de extrema-direita francês União Nacional (RN) no poder.

"Somos de origem portuguesa e vivemos em França. Numa altura em que a União Nacional (RN) está à beira do poder, apelamos às pessoas cuja história familiar está ligada à imigração portuguesa para que se organizem e utilizem todos os meios necessários para se oporem à ascensão da extrema-direita em França", escreveram num artigo para o jornal independente L'Humanité.

Os dez cidadãos, das mais diversas áreas profissionais, alertam "os portugueses e os descendentes de portugueses que se deixam seduzir pelas palavras doces dos dirigentes da União Nacional" para terem cuidado, porque "a exclusão e a discriminação estão no cerne do projeto deste partido xenófobo e racista".

Para além disso, acusam o partido de extrema-direita, que venceu a primeira volta das eleições legislativas, de "colocar uma comunidade contra outra", tirando proveito dos "méritos da pseudo-integração à portuguesa, explorando as notícias que parecem corroborar os seus estereótipos", para "legitimar um discurso racista em relação aos imigrantes pós-coloniais".

Com a segunda volta das eleições legislativas marcada para domingo, 07 de julho, estes cidadãos relembram a história dos seus familiares que emigraram de Portugal para França sendo "vítimas de bullying, de gozo racista e de outras violências simbólicas" e até crimes, para fugir ao regime ditatorial.

"Somos imigrantes, filhos e filhas de imigrantes portugueses. Como muitos outros antes e depois deles, os nossos pais vieram para França para construir uma vida melhor. Passaram pelas dificuldades do exílio e da passagem clandestina das fronteiras, pela humilhação das longas filas de espera na prefeitura", acrescentaram.

O RN mantém "as ideias que levaram os nossos pais e avós a fugir para França. Queremos que a história se repita no país que os acolheu?", escreveram.