Primárias no PS

1. Na Madeira tornei pública a defesa eleições primárias para escolher o candidato a Presidente do Governo tal como fora realizado a nível nacional por proposta do Dr. António Costa, hoje, para orgulho do nosso País, Presidente do Conselho Europeu.

2. Se, na altura, essa proposta fazia sentido, as etapas seguintes e os dias que correm tornam inevitável a realização de umas primárias, aconteça o que acontecer no processo de início de uma nova legislatura.

3. Recorde-se que, durante o processo eleitoral interno nacional, o Camarada e candidato José Luís Carneiro assegurou ao País que nunca deixaria um Governo saído da nova legislatura cair nas garras dos ultras que hoje se insinuam no nosso País e por toda a Europa.

4. Nas eleições internas nacionais, o camarada eleito Secretário-Geral veio adotar o pensamento do seu concorrente, o Camarada José Luís Carneiro, anunciando a viabilização do Governo da AD, caso esta vencesse o prélio eleitoral, o que veio a acontecer.

5. Ainda agora na França, todas as correntes democráticas de Direita, Centro e Esquerda, pretendem impedir que a França caia no campo da Extrema-Direita, como já acontecera naquele país na segunda volta entre Jean-Marie Le Pen e Jacques Chirac.

6. Ainda agora as forças europeístas, Socialistas, Liberais, Centristas e Direita Democrática estabeleceram um pacto para a eleição da Presidente da Comissão Europeia e do Presidente do Conselho Europeu.

7. A Madeira está em processo eleitoral contínuo desde Outubro de 2023, que se pode prolongar, indefinidamente, a Janeiro de 2025.

8. Era altura de o PS, partido charneira do regime, como o designou Mário Soares, assumir as suas responsabilidades históricas na Madeira e viabilizar a nova legislatura, evitando que o processo legislativo da nossa democracia de natureza parlamentar falhasse.

9. Não foi isso que aconteceu até ao momento. Aqui chegados, o PS encontra-se numa encruzilhada seja qual for o desfecho do início da atual legislatura. Ou ela falhe ou inicie o percurso a que a Lei Fundamental e o Estatuto Político-Administrativo dela esperam, o de investir o poder executivo, como corolário do processo legislativo próprio das Democracias Europeias, o PS ficará para a História da Autonomia como o Partido que se ausentou no momento solene legislativo, democrático e autonómico que a Madeira mais precisava dele. Quando se esperava que do novel Movimento Autonomia 24 viesse uma posição clara sobre a solução constitucional para o impasse que a Madeira vive, não houve notícia.

10. Chegados a este ponto, o Camarada Paulo Cafôfo só tem uma saída: a Convocação de Eleições Primárias no momento que mais convier à Madeira, à Autonomia e à Democracia, com todas as garantias de uma participação plena e livre, que faça jus ao percurso do Partido Socialista, o Partido da Liberdade. Primárias a que o Camarada, na sua condição de incumbente, deverá concorrer; bem como aqueles que se acharem nas condições políticas para desempenhar a posição de challenger, como é o caso do Camarada Carlos Pereira, desafiador constante dos órgãos eleitos. A nenhum dos dois é permitido bater em retirada. E mais a quem se ache nas condições de o fazer.

Miguel Fonseca