Chega enaltece revisão salarial dos bombeiros mas diz que é preciso mais
O deputado do Chega Francisco Gomes, eleito à Assembleia da República, acredita que a nova tabela remuneratória sugerida pelo Governo Regional para os bombeiros das associações humanitárias "é um passo positivo para a valorização da carreira", contudo, assume que devem de ser implementadas mais medidas, já no decorrer do próximo ano, "de forma a ultrapassar o sentimento de injustiça que a classe profissional tem vindo a sentir há muito tempo".
Em nota emitida, o parlamentar aponta para algumas melhorias que, a seu ver, devem ser implementadas no processo de equiparação dos bombeiros, entre as quais tomar em melhor consideração a antiguidade e o tempo de serviço, bem como não incluir no vencimento base os subsídios de risco e de disponibilidade. Na sua opinião, os mesmos devem ser pagos à parte, pois representam um justo acréscimo salarial pela missão que os bombeiros assumem.
“A tabela remuneratória sugerida é importante porque representa o início de um processo de valorização de uma carreira que, há muito, anda a ser maltratada. Porém, há melhorias a fazer até atingirmos um princípio inegociável, que é vencimento igual para quem assume a mesma missão. Não podemos continuar a alimentar discriminações entre bombeiros", refere.
Segundo o deputado do Chega, as melhorias necessárias à tabela remuneratória que foi recentemente proposta juntam-se a "outros desafios que continuam a condicionar o trabalho e a carreira dos profissionais da Proteção Civil", nomeadamente a criação de uma carreira especial para a Proteção Civil, a aprovação de um estatuto profissional e a dignificação da carreira dos vigilantes da natureza e dos sapadores florestais.
“A relação do governo regional e do Estado, em geral, com os trabalhadores da Proteção Civil tem sido pautada por hesitações e injustiças. Estamos a falar de homens e mulheres que dão tudo o que têm e arriscam a sua vida na defesa da sociedade. Mas, por sua vez, os políticos não têm feito tudo o que deveriam fazer para dignificar o seu trabalho", expõe.
A juntar a isto, Francisco Gomes alerta para a necessidade de uma fiscalização "mais rigorosa da gestão financeira que é feita nas associações humanitárias". Na sua opinião, algumas destas organizações gerem as verbas que recebem do erário "usando critérios diferentes e, por vezes, de forma desequilibrada", que é algo que, a seu ver, tem de ser analisado com renovada cautela.
“Não há justiça quando, dentro da mesma associação, persistem disparidades remuneratórias significativas. Se estamos a falar de um serviço movido por valores como o altruísmo e o espírito de missão, então o exemplo tem de vir de cima e quem está no terreno tem de ser pago condignamente", atira.
A concluir, Francisco Gomes aponta para a necessidade de estudar a criação de um comando regional único. Reconhecendo o facto de que o tema é sensível, por ter implicações orçamentais significativas, o parlamentar acredita que o futuro pode passar pelo nascimento de tal estrutura.
“A criação de um comando regional único é um processo complexo e que exige a consideração de muitos aspetos. Todavia, acredito que traria melhorias claras ao nível da coordenação e da capacidade de resposta, o que é fundamental numa região com as características orográficas da nossa e com o tipo de desafios que a Madeira e o Porto Santo enfrentam", remata.