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Municípios dos Açores contra encerramento de balcões de atendimento da SATA

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A Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores manifestou hoje "profunda discordância e preocupação" com o fecho de balcões de atendimento da SATA em várias ilhas do arquipélago e apelou à administração que reconsidere a decisão.

Em comunicado, o conselho de administração da Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores (AMRAA) revela "a sua profunda discordância e preocupação com a recente decisão do Grupo SATA de encerrar os balcões de atendimento ao público em várias ilhas do arquipélago", a partir de quinta-feira.

"Consideramos que esta medida, que visa concentrar os serviços de atendimento, representa uma séria ameaça ao acesso justo e equitativo aos serviços de transporte aéreo por parte dos residentes de todas as ilhas", lê-se na nota.

Para a AMRAA, o encerramento dos balcões da companhia aérea açoriana "implica não só a diminuição da qualidade do atendimento, mas também a exclusão de muitos cidadãos, particularmente os mais vulneráveis, os idosos, que podem enfrentar dificuldades em aceder aos serviços de forma digital ou através de canais alternativos".

A associação sublinha a importância de a SATA manter os balcões de atendimento ao público em todas as ilhas dos Açores, garantindo "a proximidade e a acessibilidade aos serviços de transporte aéreo".

"Esta presença é essencial, não só para atender às necessidades dos residentes locais, mas também para apoiar o desenvolvimento económico e social de cada uma das ilhas, concretamente as mais periféricas", justifica.

Além disso, acrescenta, os balcões são essenciais à prestação de serviços de qualidade a quem visita os Açores e, em especial, aos emigrantes.

Por outro lado, a associação considera ainda fundamental que a SATA, enquanto empresa pública, "continue a assumir um papel de responsabilidade social, garantindo que todos os cidadãos açorianos tenham acesso igualitário aos seus serviços".

Assim, a AMRAA apela à administração do Grupo SATA que reconsidere a decisão e "procure soluções alternativas que não prejudiquem o acesso dos açorianos, dos emigrantes e dos turistas aos serviços de transporte aéreo, preservando o princípio da equidade e o direito à mobilidade".

"Confiamos que através do diálogo e da cooperação seja possível encontrar um caminho que respeite e valorize a diversidade e as necessidades de todas as nossas ilhas e de todo nossos concelhos", salienta.

A SATA anunciou em 19 de julho que vai reorganizar, a partir de quinta-feira, o modelo de atendimento, concentrando os serviços de venda de bilhetes, reservas e informações nos balcões do aeroporto e atendimento telefónico, em vez das lojas.

"A partir do próximo dia 01 de agosto, as companhias aéreas do grupo SATA, SATA Air Açores e Azores Airlines, concentrarão os seus serviços de atendimento aos clientes nos Açores (venda de bilhetes, alterações de reservas e informações gerais) nos balcões de aeroporto e através do Contact Center (serviço de atendimento telefónico)", informou.

A SATA justificou que a reorganização está inserida "num plano mais abrangente e compreensivo que tem como objetivo assegurar a sustentabilidade da empresa a médio e longo prazo".

A medida tem sido criticada por diversas entidades, como partidos, parceiros sociais e autarquias.

O presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, disse hoje à Lusa que o executivo não interfere nas decisões do conselho de administração da SATA, mas avisou que, com o encerramento de balcões de atendimento, estará atento à prestação de serviços.

"Vamos acompanhar de forma muito vigilante toda a situação, confiante de que a SATA sabe o que está a fazer e não diminuirá a disponibilidade de serviços para a população, aliás, porque também quer, tanto quanto eu apurei, reforçar a capacidade de resposta do 'call center'", afirmou o chefe do executivo da coligação PSD/CDS-PP/PPM.