JPP acusa Albuquerque de não cumprir com o prometido lar em Santana
Partido critica "avanços, recuos, indecisões e aselhices" no caso
O Juntos Pelo Povo (JPP) acusa esta quarta-feira, 31 de Julho, o Presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, de não cumprir com as suas promessas, desta feita com o anúncio de transformar a extinta Escola de São Jorge, em Santana, num lar de idosos.
Hoje, "o lar não existe e o edifício da escola, encerrada desde 2019, avança para a degradação, num dos concelhos mais envelhecidos da Região e com reconhecida falta de estruturas sociais para responder às necessidades da população idosa", critica o deputado do JPP, Miguel Ganança.
A cronologia do caso "revela avanços, recuos, indecisões e até há quem aponte aselhices", aponta o partido, explicando que, "em Julho de 2021, o Governo Regional anunciou a abertura do concurso público para a concessão e exploração do futuro Lar S. Jorge situado nas antigas instalações da escola de 2.º e 3.º Ciclos da freguesia com o mesmo nome".
"A Resolução 1419/2021, de 15 de Dezembro, aprovou o projeto de adjudicação da concessão de exploração do edifício escolar, «com a finalidade de, após a realização de obras, converter em Estrutura Residencial Para Idosos (ERPI) e em Unidade de Longa Duração e Manutenção Integrada na Rede de Cuidados Continuados Integrados da Região, ao concorrente classificado em primeiro lugar, e único concorrente, Associação Atalaia Living Care, IPSS»", pode ler-se na nota emitida.
O JPP recorda que Miguel Albuquerque, durante uma visita ao concelho de Santana, garantiu que "o investimento social iria gerar 60 novos postos de trabalho" e afirmou: “Há uns que só falam em ideias e não acontece nada (…). Aguardamos pelas candidaturas para avançar rapidamente com esta infra-estrutura”.
Na verdade, afirma Miguel Ganança, desde então “não acontece nada”.
"A situação fica ainda mais complexa quando, num salto até Maio deste ano, é revelado que a Atalaia Living Care, IPSS perdeu parte do financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) devido a atrasos no processo de apresentação da candidatura para a componente dos cuidados continuados", denuncia o JPP, que reitera que é "imperioso avançar, com urgência e com os recursos disponíveis, para a realocação do edifício" para a componente lar.
O JPP lamenta que “com as necessidades da população idosa de Santana a agravar-se todos os dias”, o Governo Regional e a IPSS "tenham transformado o projecto numa espécie de 'obras de Santa Engrácia' e não sejam capazes de dar sinais de como vão sair deste imbróglio”.
O partido diz não entender por que razão o Governo Regional não assumiu o projecto na esfera pública e lamenta “a frequência com que vão surgindo demasiadas situações de opacidade, de falta de transparência e até complacência entre o Executivo de Miguel Albuquerque e o amigo e fundador da IPSS, Tony Saramago”.
“O JPP não deixará que algumas pessoas enriqueçam à custa do negócio nebuloso da velhice, com a conivência do Governo Regional”, garante Miguel Ganança, para concluir: “O JPP é a favor da iniciativa privada e de novos investimentos nesta área, mas estamos a falar de um setor muito sensível, que precisa de pessoas com sentido social e humanista e respeito pela dignidade das pessoas que trabalharam uma vida inteira e que num determinado momento estão mais vulneráveis”.