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ONU revela que Huthis e Governo chegaram a acordo para troca de prisioneiros no Iémen

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O gabinete do enviado especial da ONU para o Iémen anunciou hoje que as partes em conflito chegaram a acordo em Omã para a libertação de prisioneiros de guerra no país, incluindo o líder de um partido rival dos xiitas Huthis.

"A ronda de negociações em curso sobre os detidos em Omã está a decorrer até ao momento num ambiente positivo e construtivo. As partes chegaram a acordo sobre as disposições para libertar os detidos relacionados com o conflito, e entre eles inclui-se Mohamed Qahtan", indicou o gabinete em mensagem na rede social X.

A mesma fonte sublinhou a importância de finalizar este acordo entre os Huthis e o Governo iemenita reconhecido internacionalmente e apoiado pela Arábia Saudita, para garantir "resultados tangíveis até à libertação dos detidos relacionados com o conflito".

Esta ronda de negociações inclui-se nos esforços da ONU para ajudar as partes a cumprir as suas obrigações em virtude do acordo de Estocolmo, firmado em dezembro de 2018, no qual se prevê a troca de prisioneiros de guerra entre as partes em conflito, para além de outros pontos.

Qahtan é uma figura destacada do partido Islah, próximo da Irmandade Muçulmana e rival dos Huthis, detido em 2015 e desde então com destino desconhecido.

As duas partes já promoveram a troca de centenas de prisioneiros desde as negociações de Estocolmo, apesar de na lista de detidos estarem incluídos mais de 15.000 nomes.

O Iémen regista uma relativa calma desde 2022, na sequência de um conflito iniciado em 2014 quando os Huthis, apoiados pelo Irão, tomaram a capital Sana e expulsaram o Governo para Aden (sul).

O conflito originou a mais grave tragédia humanitária do planeta, na sequência da intervenção de uma coligação militar apoiada pela Arábia Saudita.