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A Calheta e o Desporto

Os resultados estão à vista, continuamos a criar campeões regionais, nacionais, europeus e até mundiais

Longe vão os tempos em que as Autarquias pouco olhavam para o setor desportivo, limitando-se a apoiar financeiramente sem grande relevância as associações e clubes dos respetivos Municípios. Incumbindo a essas entidades, na maior parte das situações a responsabilidade da organização de torneios e eventos.

Hoje a realidade é bem diferente, é usual testemunharmos através da comunicação social e redes sociais o forte envolvimento das câmaras municipais e mesmo de muitas juntas de freguesia na dinâmica desportiva das suas respetivas zonas geográficas. Ainda bem que assim acontece, diria mesmo que o grande desenvolvimento desportivo nas modalidades ditas amadoras, mas não só, com exceção do futebol profissional, se deve inequivocamente à excelência das políticas desportivas municipais de uma forma transversal. Influenciando determinantemente o sucesso desportivo na RAM.

A realidade do meu concelho não foge à regra. Há cerca de trinta anos a prática desportiva na Calheta limitava-se ao futebol regional, esporadicamente ao aparecimento de uma ou outra modalidade, como o vólei no Estrela da Calheta ou o andebol no CDR Prazeres. As prioridades políticas na altura eram outras, e as mentalidades também. Por força do aparecimento de novas associações e clubes, de jovens dirigentes com formação desportiva aliado à experiência e conhecimento. A verdade é que em pouco mais de vinte anos o concelho da Calheta deu um enorme salto, sendo mesmo dos concelhos a nível regional com mais provas dadas neste setor.

Os resultados estão à vista, continuamos a criar campeões regionais, nacionais, europeus e até mundiais. Fruto essencialmente do talento dos nossos atletas, mas também da resiliência dos dirigentes e técnicos que, muitas vezes de forma voluntária e nem sempre reconhecida, dão o seu melhor diariamente para criarem melhores condições aos seus atletas. Temos efetivamente um concelho em permanente atividade e movimento. A nossa juventude pratica desporto e nós, responsáveis políticos temos a obrigação de continuar a potenciar o talento nato que todos nós reconhecemos. A todos, sem exceção: Clubes, Associações, Pais, Técnicos e atletas que são sem dúvida os grandes obreiros de toda esta dinâmica desportiva, o meu reconhecimento e agradecimento por tudo o que representam hoje no desporto da Calheta.

Em tempo de Jogos Olímpicos, importa referir que facilmente chegamos à conclusão que o desporto no nosso país precisa de ser encarado de outra forma pelo Estado. Basta olharmos para a vizinha Espanha e tirar as devidas ilações, a diferença é abismal. Temos o talento, temos a competência, dedicação e profissionalismo dos agentes desportivos. Temos quase tudo, falta o empenho e a coragem política para apostar e alavancar definitivamente o desporto para outros patamares, têm a palavra os nossos Governos.

Quem não se emociona ao ouvir o nosso hino quando um atleta português sobe ao lugar mais alto do pódio olímpico, eu arrepio-me de felicidade. Já tivemos lá o nosso Alberto Paulo, tenho a certeza de que brevemente outros virão, eu acredito.