Guterres pede "transparência total" após divulgação dos resultados eleitorais
O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou hoje a uma "total transparência" na Venezuela, após a anunciada reeleição do Presidente Nicolás Maduro nas eleições de domingo, contestada entretanto pela oposição.
"Tomámos nota do anúncio das autoridades eleitorais, bem como das preocupações expressas pelos atores políticos e membros da comunidade internacional. O secretário-geral apela à total transparência e incentiva a publicação atempada dos resultados eleitorais com a distribuição por assembleia de voto", indicou Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral.
Guterres pediu ainda que qualquer disputa eleitoral seja "resolvida pacificamente", referindo-se ao facto de a oposição venezuelana contestar os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou hoje oficialmente como Presidente Nicolás Maduro, após ter anunciado no domingo à noite que o líder chavista, no poder desde 2013, venceu as eleições, resultado rejeitado pela oposição.
Sobre a presença do painel de peritos da ONU que foram convidados pelo Governo venezuelano para acompanhar as eleições, Dujarric disse que eles permanecerão durante mais alguns dias, antes de regressarem a Nova Iorque.
Maduro alegou hoje estar em curso uma tentativa de golpe de Estado "de natureza fascista", perante dúvidas sobre o processo da sua reeleição, rejeitada pela oposição e parte da comunidade internacional.
Antes da alegação de Maduro, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, acusou os líderes da oposição Lester Toledo, Leopoldo López e María Corina Machado de serem os principais responsáveis por uma tentativa de adulterar os resultados eleitorais das eleições presidenciais de domingo.
"O ataque terá sido realizado a partir da Macedónia do Norte e teria como intenção manipular os dados que estavam a ser recebidos na CNE (...). Segundo as informações recolhidas, estão envolvidos Lester Toledo, Leopoldo López e María Corina Machado", denunciou Saab.