A solução é uma paz justa

Alguns comentadores políticos militares e civis “amigos” de Putin, Trump e de outros autocratas/ditadores convergem no apoio mais ou menos encapotado às ideias e mentiras propaladas por esses personagens justificando-as com a falácia da clareza e do simplismo próprio para mentecaptos com que as mesmas são propaladas, como se isso as tornasse verdades absolutas, tendo como principal objetivo denegrir e destruir a democracia a nível global, apoiados financeiramente nuns casos por magnatas que não se contentam com os seus imensos lucros atuais e noutros casos pelo saque dos bens públicos estatais pelos que querem fazer da democracia e da liberdade que a mesma nos permite joguetes para a prossecução das suas ambições desmedidas e profundamente antiéticas, nomeadamente sabotando as medidas de combate às alterações climáticas agravadas pelas guerras em curso.

É de todo incoerente tentar justificar como uma questão de segurança a apropriação ilegal de território ucraniano pela Rússia a mando de Putin, cuja pretensão mais do que óbvia era a anexação total da Ucrânia, como se a legítima pretensão da Ucrânia em aderir à UE e à NATO representasse uma ameaça existencial para a Rússia, quando é a própria Rússia que recorre sistematicamente a ameaças de caráter expansionista e hegemónico incluindo o uso de armamento nuclear contra a Europa e as suas democracias e não o contrário.

Igualmente incoerente é acusar o governo ucraniano de pactuar com o batalhão Azov na defesa do seu território e ignorar as ligações do Kremlin com o ditador da Chechénia Ramzan Kadyrov acusado de crimes contra a humanidade tal como Putin e que apoia o exército russo contra a Ucrânia.

Resta saber qual o preço que os ucranianos irão pagar pela paz para além dos milhares de mortos e feridos e da destruição dos seus bens e da sua economia de que a Rússia comandada por Putin é a única responsável.

As guerras terminam com a paz mas essa paz terá de ser justa.

Não bastará a devolução pela Rússia dos territórios roubados à Ucrânia pois isso não seria mais do que a reposição da legalidade, os organismos internacionais deverão obrigar a Rússia a indemnizar a Ucrânia pela destruição provocada pela guerra que lhe impôs guiada pela ambição destrambelhada do autocrata Putin, sem qualquer suporte legal e violando as normas do direito internacional.

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