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Nigéria condena 125 'jihadistas' do Boko Haram por terrorismo

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Um tribunal da Nigéria condenou esta semana 125 membros do grupo 'jihadista' Boko Haram por terrorismo num julgamento conjunto que decorreu no centro de detenção militar de Kainji, no estado ocidental de Níger, anunciou ontem a procuradoria.

"Os 125 acusados foram declarados culpados das acusações que lhes foram dirigidas", declarou o procurador-geral da Nigéria e ministro da Justiça, Lateef Fagbemi, de acordo com os 'media' locais.

O mesmo responsável especificou que 85 foram condenados por financiamento de terrorismo, 22 por delitos previstos nos estatutos do Tribunal Penal Internacional (TPI) e os restantes por diversos delitos de terrorismo.

O julgamento, que decorreu durante dois dias no Tribunal Superior Federal, insere-se na quinta fase do processo Giwa Kainji, onde estão a ser julgados mais de 300 suspeitos de terrorismo e de outros delitos contra o Estado nigeriano.

"Importa destacar que 400 condenados que cumpriram a sua condenação também foram transferidos para a Operação Corredor Seguro no estado de Gombe para a sua reabilitação, desradicalização e posterior reinserção", assinalou a procuradoria-geral.

Representantes da Comissão nacional de direitos humanos (SNDH), do Colégio de advogados da Nigéria (ABN) e do Gabinete das Nações Unidas contra a droga e o delito (ONUDD) assistiram ao julgamento para supervisionar o cumprimento dos requisitos e normas legais.

Entre 2017 e 2018, anteriores julgamentos implicaram 163 condenações, 882 anulações de indiciamentos e cinco absolvições, segundo os 'media' locais, enquanto prosseguem os esforços para desradicalizar e reintegrar na sociedade os suspeitos declarados não culpados.

O norte da Nigéria tem sido o palco de ataques do Boko Haram desde 2009, uma violência que se agudizou a partir de 2016 com o surgimento de uma cisão do grupo, o Estado Islâmico da província da África ocidental (ISWAP na sigla em inglês).

Os dois grupos pretendem a imposição de um Estado islamista na Nigéria, um país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.

O Boko Haram e o ISWAP são responsabilizados pela morte de mais de 35.000 pessoas e de provocarem cerca de 2,7 milhões de deslocados internos, em particular na Nigéria mas ainda nos países vizinhos Camarões, Chade e Níger, segundo dados governamentais e das Nações Unidas.