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Governo da Venezuela desvaloriza denuncias de irregularidades nas assembleias de voto

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O governo venezuelano rejeitou hoje várias denúncias de irregularidades e abusos cometidas por militares e civis durante a instalação das assembleias de voto, para as eleições presidenciais de domingo na Venezuela.

As denúncias foram feitas através das redes sociais, numa altura em que, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), mais de 90,25% das 30.026 assembleias de voto já estão instaladas.

"Alerta! Pretendem desde já, com denúncias tendenciosas através das redes sociais, estragar o clima eleitoral e perturbar de forma orquestrada a imagem das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) e a execução impecável do Plano República [destacamento militar para garantir a ordem e segurança durante as eleições]", disse o ministro venezuelano da Defesa na sua conta do X, antigo Twitter.

Na mesma rede social Vladimir Padrino López explicou ainda que as FANB estão assistidas pela mística, ética e profissionalismo que lhe é própria, sublinhando que não vão conseguir.

"As FANB, mais uma vez com o seu caráter humanista, estarão presentes neste 28 de julho, proporcionando segurança ao povo da Venezuela e acompanhando este processo democrático de importância vital para o país. Vemo-nos nos centros eleitorais. Mais eleições, Mais democracia!", explica o ministro numa outra mensagem.

As mensagens de Vladimir Padrino López têm lugar depois de vários cidadãos terem denunciado através das redes sociais, que os integrantes do Plano República tinham negado o acesso a testemunhas da opositora Plataforma Unitária Democrática, nomeadas pelo CNE, e que teria já instalado algumas assembleias de voto em municípios do dos estados de Sucre, Zúlia, Bolívar e Amazonas.

Também depois de a ONG Um Mundo sem Mordaça (UMSM) denunciar a instalação antecipada de assembleias de voto, sem a presença de representantes da opositora Plataforma Democrática Unitária (PUD).

"Exigimos respeitos pelos horários estabelecidos nos instrutivos oficiais para a instalação de assembleias de voto (...) cumprindo com as normativas internacionais e a Lei Orgânica de Processos Eleitorais. Condenamos a instalação antecipada, em alguns centros eleitorais do país, feita por técnicos do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e do Plano República", explica a ONG na X.

Numa outra mensagem a UMSM denuncia que a situação gera confusão e obstaculiza a correta observação do processo eleitoral pelas testemunhas e pede uma investigação exaustiva de parte do CNE.

"Apelamos ao Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volter Turk, à Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a outras organizações responsáveis pela proteção dos direitos humanos, a tomarem nota do assunto e a fazer um seguimento das pessoas envolvidas", explica numa outra mensagem.

Segundo a presidente da Comissão de Participação Política e Financiamento do CNE, Aime Nogal, pelas 12:00 horas locais (17 horas em Lisboa), tinham sido instaladas 90,25% das 30.026 assembleias de voto do país.

Mais de 21,6 milhões de venezuelanos estão chamados a participar nas eleições presidenciais de domingo na Venezuela.