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Explicador Madeira

As causas dos fogos florestais

FOTO DR
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Os incêndios florestais são um dos grandes flagelos sempre que se chega ao Verão e, principalmente, quando as temperaturas começam a subir. Nos últimos anos, a Madeira registou três grandes incêndios: 2010, 2016 e 2023.

Se para uns, uma minoria, as causas dos incêndios são naturais, para outros, uma maioria, a mão humana é o motivo. A verdade é que a associação entre incêndios florestais e a denominada 'mão criminosa' é bastante comum. Esta é apontada, muitas vezes, como a principal causa da destruição de milhares de hectares. Na maior parte dos casos, esta acusação surge nas redes sociais associada a notícias de incêndios de grandes dimensões como foram os casos de 2010, 2016 e 2023.

Não é, portanto, de estranhar que o 'fogo posto' seja considerado por muitos como a principal causa dos incêndios rurais ou florestais em Portugal. Mas será mesmo assim?

Segundo vários estudos, “é possível agregar o universo das causas investigadas em cinco grandes grupos em função do tipo de causa, consoante seja: negligente, desconhecida, intencional, natural ou resultado de um reacendimento”.

Desde 2001 que são publicados relatórios anuais informação relativa a áreas ardidas e a ocorrências registadas e investigadas. Estes documentos visam a análise de dados como a localização, o tipo de vegetação das áreas queimadas e a percentagem de incêndios por tipo de causa apurada.

Entre 2009 e 2018, a média de incêndios investigados cuja causa corresponde ao uso indevido de fogo foi de 41%. 

 Os dados relativos às principais causas de incêndio, nos últimos 10 anos, revelam que, quando se conseguiu apurar o motivo da ignição, a negligência (através do uso indevido do fogo) foi a principal causa dos incêndios.

Por sua vez, a “mão criminosa” é, em termos médios, a segunda maior causa dos incêndios florestais. O incendiarismo enquadra motivações como o vandalismo, a provocação dos meios de combate aos incêndios, as manobras de diversão ou os conflitos com vizinhos e vinganças.

Em média, nos últimos 10 anos, o “fogo posto” foi a causa de 27% dos incêndios cuja origem foi possível apurar. Para estes números desconsideram-se os indivíduos inimputáveis que, por terem perturbações de ordem mental e psicológica, sentem-se compelidos a praticar o crime de incêndio florestal.