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Madeira

Sector imobiliário rendeu 747,5 milhões de euros em 2023 na Madeira

Marco Pedra, da Mesa da Secção da Mediação Imobiliária da ACIF reconhece que há especulação, mas coloca do lado do Governo a acção para proteger os madeirenses e pede o regresso das cooperativas

Marco Pedra, o segundo a contar da esquerda, tomou hoje posse como presidente da Mesa da Secção da Mediação Imobiliária. Juntam-se-lhe Hilda Barros e Lina Ramos. 
Marco Pedra, o segundo a contar da esquerda, tomou hoje posse como presidente da Mesa da Secção da Mediação Imobiliária. Juntam-se-lhe Hilda Barros e Lina Ramos. , Toto ML

No ano passado, o sector imobiliário rendeu, na Madeira, 747,5 milhões de euros, resultante da venda de 3.300 imóveis. Os números foram apontados por Marco Pedra, o novo presidente da Mesa da Secção da Mediação Imobiliária da Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF), que hoje tomou posse. No primeiro trimestre deste ano, o resultado da venda de imóveis chegou aos 160 milhões de euros.

Na ocasião, o novo responsável reconheceu a existência de casos de especulação imobiliária, com preços acima do real valor do imóvel, mas entende que o mercado vai passar por um reajustamento natural.

Entre os desafios que se coloca deverão colocar ao sector nos próximos tempos, Marco Pedra destaca a necessidade de profissionalização do mesmo, defendendo que o acesso à profissão de mediado imobiliário seja regulamentado.

Neste momento, integram esta Mesa da ACIF apenas 17 dos 262 mediadores imobiliários existentes na Região, no activo. Este ano foram canceladas 22 licenças, conforme salientou.

Quando à preponderância dos clientes estrangeiros em toda esta dinâmica, Marco Pedra fala numa relação que rondará os 30% do total de vendas.

Confrontado com o facto de esse mercado internacional poder originar constrangimentos para o comprador madeirense, que não tem capacidade para acompanhar a escalada de preços das habitações, o recém-empossado presidente da Mesa da Secção da Mediação Imobiliária da ACIF recusa que esse possível problema seja responsabilidade dos mediadores.

Nesse âmbito, não tem dúvidas de que deverá ser o Governo Regional a actuar, de modo a criar condições que facilitem esse acesso. Deu, como exemplo, a criação de cooperativas, que no passado facilitaram o acesso a habitação por parte de uma classe média madeirense.

Quem concorda que não deverão ser as empresas a assumir essa responsabilidade é António Jardim Fernandes. O vice-presidente da ACIF nota que este problema é uma consequência do desinvestimento na construção de habitação, nos últimos anos, sobretudo durante a última crise financeira.