DNOTICIAS.PT
Mundo

Venezuelanos veem na oposição esperança para reerguer "país muito destruído"

None

Simpatizantes da oposição venezuelana, presentes numa concentração em Caracas, olham para as eleições de domingo com esperança de mudança, de reconstrução de um país "muito destruído" e do regresso de milhões de venezuelanos emigrados.

"A pintura do meu corpo é a representação das cores da minha pátria Venezuela e é como mostrar ao mundo que precisamos de um câmbio. Há 25 anos que saio às ruas assim porque quero uma mudança, um país cheio de valores, honestidade, justiça, educação para as nossas crianças e adolescentes que são o futuro", disse Alcides Rojas na quinta-feira à Lusa.

O 'coach', vestido e com a cara pintada com as cores da bandeira da Venezuela, explicou não ter dúvidas que no domingo os venezuelanos irão votar em massa e que a partir de segunda-feira o país será outro.

Licenciada em línguas, Carolina Sousa também participou na concentração de apoio a María Corina Machado e do seu substituto, Edmundo González Urrutia, "com muita esperança de que o melhor está por vir", e que todos os venezuelanos que emigraram "vão voltar, trabalhar duramente, mas com a certeza que a Venezuela será um grande país".

"Nós somos únicos no mundo e, se nos unirmos para o bem, iremos avançar. Por isso, todos vão sair bem cedo para votar, com muita esperança e até ao fim (...) Tenho a certeza que os nossos próximos líderes já têm tudo muito bem pensado, sobre como melhorar a Venezuela para que volte a ser o país com que sonhámos e que muitos imigrantes viram crescer. Por isso, todos vão votar no domingo: portugueses, espanhóis, italianos, enfim, todos", disse.

A socióloga Myriam Porras participou na concentração porque, como disse à Lusa, o país está destruído. "Depois de 21 anos de pobreza, de hospitais destruídos, de educação sem professores, de ver tanto desemprego, de ver destruída a indústria petrolífera, é tempo de mudar para a prosperidade", reforçou.

Explicou ainda que a população "irá votar em massa". E afirmou: "Há uma maioria absoluta no país que está a gritar por liberdade e mudança".

"Toda a minha família está fora, incluindo os meus dois filhos, as netas. Como não querer que regressem? Temos de ir votar e votar no Edmundo, inclusive a comunidade portuguesa, que também foi muito golpeada", notou.

Já Marcelo Camilis, técnico superior de marketing, vota com a expectativa do regresso das filhas emigrantes e de poder abraçar os netos.

"Edmundo é a única opção para muitas das pessoas que têm filhos espalhados pelo mundo, em Portugal, em Itália, em Espanha, em França, em toda a América do Sul", disse, precisando que esteve cinco anos emigrado no Chile, de onde regressou com a esperança de reencontrar a família.

Segunda-feira, disse, será como uma segunda libertação para a Venezuela: "Como se o libertador Simón Bolívar entrasse pela avenida principal de Las Mercedes com a sua bandeira".

"Que o mundo se dê conta do que está a acontecer e que os venezuelanos querem sair desta ditadura que temos há mais de 20 anos", frisou.

Já a trabalhadora doméstica Henny Janasta vai "votar em Edmundo, porque o país está muito destruído" e porque quer que as filhas e os netos regressem.

"Tenho netos que não puderam conhecer o lugar onde os pais nasceram. Já sofremos muito e estamos cansados. Queremos que a Venezuela ressuscite e estar todos juntos em paz", disse.

Por outro lado, o engenheiro químico Nicola Moka disse à Lusa que muitos venezuelanos estão cansados de mais de 20 anos de corrupção, ineficácia e destruição de um país.

"Queremos reconstruir o país e que os nossos filhos e netos, regressem. Por isso estamos aqui e por isso vamos votar no domingo", notou.

Por último, agradeceu à comunidade local portuguesa por demonstrar que ama a Venezuela e que quer que o país recupere.

Para María Beatriz Pinto, administradora de profissão, domingo é um dia "de esperança": "Vinte e cinco anos de drama chegarão ao fim pela expressão da vontade popular, que é imparável. Na segunda-feira será um dia de júbilo e celebração".